quinta-feira, dezembro 31, 2009

seems like the perfect quote for a new year


For what it’s worth, it’s never too late, or in my case too early - to be whoever you want to be. There’s no time limit; stop whenever you want. You can change, or stay the same - there are no rules to this thing. We can make the best or the worst of it. I hope you make the best of it. I hope you see things that startle you. I hope you feel things you never felt before. I hope you meet people with a different point of view. I hope you live a life you’re proud of. If you find that you’re not, I hope you have the strength to start all over again.
From "The curious case of Benjamin Button"

segunda-feira, dezembro 21, 2009

"This is the end, My only friend, the end
It hurts to set you free
But you'll never follow me
The end of laughter and soft lies
The end of nights we tried to die
This is the end"
The Doors

segunda-feira, novembro 09, 2009

4J.

Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados. Difícil é sentir a energia que é transmitida. Aquela que toma conta do corpo como uma corrente eléctrica quando tocamos a pessoa certa.
- Carlos Drummond de Andrade -

sexta-feira, agosto 14, 2009

Vai onde te leva o coração


E quando à tua frente se abrirem muitas estradas e não souberes a que hás-de escolher, não te metas por uma ao acaso, senta-te e espera. Respira com a mesma profundidade confiante com que respiraste no dia em que vieste ao mundo, e sem deixares que nada te distraia, espera e volta a esperar. Fica quieta, em silêncio e ouve o teu coração. Quando ele te falar, levanta-te e vai para onde ele te levar.

- Susanna Tamaro -

sexta-feira, julho 31, 2009

a marcha dos pinguins



De uma beleza indescritível. Com uma ternura arrepiante e o encanto de uma fábula, de onde saem sempre as melhores lições vida, apesar da Humanidade ser demasiado estúpida e arrogante para perceber que tem muito a aprender com os ditos 'irracionais'. Faz rir, sorrir, chorar... faz pensar muito e perceber ainda mais sobre as coisas que realmente importam. Afinal, qual é o sentido da vida? Sem falsos moralismos, acho mesmo que o Homem não percebe nada disso!

quinta-feira, julho 30, 2009


não tenho saudades daquilo que foste. saudades nenhumas. tenho, isso sim, saudades do que podias ter sido e não conseguiste. tenho saudades do que há-de vir... outra primavera, barcos soltos das amarras do cais e andorinhas que partem.

sábado, julho 25, 2009


como um casaco, que se deixa pendurado à entrada, porque hoje nem está frio. ou porque a sua cor não combina com a roupa que decidimos vestir, pela manhã. ou por isto e por aquilo, deixamos o casaco pendurado no cabide, à entrada. é possível que por lá fique semanas... meses, até! ou até ao dia em que, vá lá saber-se porquê, nos dá jeito. talvez no próximo inverno.

terça-feira, junho 16, 2009

sugestão a norte

Era uma vez no Porto...
tinha boa gente, boa música, bom ambiente, uma belíssima decoração e uma localização soberba.
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Era agora outra vez... também no Porto, com a mesma boa gente, a mesma boa música, o mesmo bom ambiente, outra belíssima decoração e mais uma localização soberba. Da Foz para a Baixa, o Era uma vez no Porto mantém o bom gosto e mesma arte de bem receber a que me habituou desde sempre. Um grande bem haja e votos de um imenso sucesso ao N., a quem dou desde já os parabéns pelo (novo) espaço, que - com muita pena minha - só hoje consegui visitar... mas A M E I !!!
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É caso para citar Lavoisier na versão filosófica... "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma"

segunda-feira, junho 15, 2009

amar os teus olhos


photo by lunablu @ olhares.com
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Podia com os teus olhos 
escrever a palavra mar. 
Podia com os teus olhos 
escrever a palavra amar 
não fossem amor já os teus olhos. 
Podia nos teus olhos navegar 
conjugar os verbos dar e receber. 
Podia com os teus olhos 
escrever o verbo semear 
e ser a tua pele 
a terra de nascer poema. 
Podia com os teus olhos escrever 
a palavra além ou aqui 
ou a palavra luar, 
recolher-me nos teus olhos de lua 
só os teus olhos amar. 

Podia nos teus olhos perder-me 
não fossem, amor, teus olhos, 
o tempo de achar-me.
 

[Carlos Melo Santos]

domingo, junho 14, 2009

descobertas





Bar Restaurante Concertos Exposições Teatro Lojas
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tudo aqui... mesmo ao pé de casa
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Para ti, B.!


'É tão bom uma amizade assim, ai! faz tão bem saber com quem contar'...

la la la   la la la la la   la la la...

[ só falta o manjerico... 'ó sóio póio tóio' :) ]

'carpe diem' vs 'quem tudo quer...'


É uma opinião pessoal, é certo! Mas é a minha, e as opiniões são como os cus... cada um tem o seu. Diverge no facto de cada um poder expressar a sua opinião mas não poder mostrar o seu cu publicamente, mas isso é só um aparte e para o caso não interessa nada. E, na minha modesta opinião – pessoal, repito – os relacionamentos actuais são pobres. Sim, pobres! 

É tal a fobia de ficar sozinho, que a maioria se atira para os braços – e lençóis e tudituditudo – do primeiro que aparece... É tal a pressa de viver, que nem se dão ao trabalho de criar bases sustentáveis para a coisa... É tal o desespero, que isto se torna uma verdadeira gincana que mais parece a dança das cadeiras, onde vão saltando de umas para as outras, com medo de perder o lugar e ficar de pé. Pior... além de ficar de pé, ditam as regras que se abandona o jogo.

Para contrariar esta minha teoria – surgida a esta hora da madrugada, onde é possível que a minha lucidez esteja já um pouco débil – assalta-me a ideia, já popularucha, de que ninguém quer nada sério, actualmente, no que toca a relacionamentos. E pronto, instalou-se-me a dúvida! Será? Tenho para mim que isso é treta. Creio que andam todos à procura do mesmo, mas já não sabem como chegar lá, porque essas coisas não se ensinam. Ah! E tal, a vida é curta e temos que aproveitar e yada yada yada... ok. Mas desconfio que, no fundo (e não é assim tão fundo), todos sonham com o amor para a vida. E a culpa é do stress. No tempo dos nossos pais não havia stress, por isso a culpa é toda dele. Hoje, não há tempo a perder. Hoje, não se percebe a diferença entre ‘perder tempo’ e ‘dispender tempo’. Construir o que quer que seja (que valha a pena), dá trabalho, e hoje tudo se encontra feito. O investimento parece demasiado, para uma geração que está – na minha opinião (que opinativa estou hoje!) pessoal – mal habituada. Ainda não compreendem o valor das coisas que custam a conseguir e, muito menos a satisfação, a sua durabilidade e solidez. Mas, se calhar, eu é que estou a ser lírica, ou estou fora de moda, quando digo (porque acho!) que os relacionamentos actuais são pobres. Muito pobres!


sábado, junho 13, 2009

the greatest

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'It took me nearly a year to get here.
It wasn’t so hard to cross that street after all...
it all depends on who’s waiting for you on the other side.'

[my blueberry nights]

A vida é como um livro


Se não consegues virar a página, arranca-a.

domingo, maio 31, 2009

alive and kicking

... existe o verde alface, o verde azeitona, o verde limão...
o vermelho sangue, o vermelho ferrari...
o azul celeste e o azul

PUUUOOOOORTOOO!!!

terça-feira, maio 26, 2009

Os Desgostos de Amor

Não sei quem disse, mas podia bem ter sido eu... ou qualquer outra pessoa, sem barba, claro!
..

Acho que todas as mulheres já tiveram os seus desgostos de amor. Daqueles que nos tiram o sono, a fome, a alma, a vida, a vontade. Que nos atiram para um abismo, um túnel sem saída e outras tragédias que de momento (felizmente) não me ocorrem. E os nossos amiguinhos machos? Como funciona um desgosto de amor no masculino? Pode ser igualmente intenso, não demora é tanto. Afinal há jogos todas as semanas e um gajo não pode ficar preso a um desgosto para sempre. Há outras coisas para fazer e para ver. Há outras mulheres a quem dar atenção. Há automóveis novos para conhecer. Enfim, uma infindável panóplia de actividades em que se empenham rapidamente e nem mais se lembram da gaja que lhes partiu o coração na semana anterior. O coração dos homens deve ser de algum material estranho que se reconstrói com a ajuda de imagens desportivas, de gajas despidas ou semi-despidas, carros e afins. Por um jogo, reconstrói-se uma válvula, por uma vitória do clube, reconstói-se uma aurícula, por uma revista de gajas, reconstrói-se um ventrículo e assim sucessivamente. Até que, dependendo da animação, o coração fica novinho em folha num período de tempo que pode oscilar entre um fim-de-semana e uma semana (no máximo). Garantido! Como é que se pode obter um coração desses? A quem é que devemos reclamar? Não me parece nada justo que soframos horrores durante tempos sem fim e que eles se recomponham num instante. As crentes, peçam ao Criador, as não crentes peçam ao Estado. Afinal pagamos impostos para quê? Quero um coração de homem, pronto! Desses tipo Lego...

sábado, maio 23, 2009

Boa viagem, Avó F.


Hoje, acordei com o telefone. Era a minha Mãe. Olhei para as horas e estranhei. Eram cerca das 10h30 e a minha Mãe nunca liga de manhã. Sabe que eu só acordo à tarde e nunca liga de manhã.
- 'Soninha, a Avó morreu...'
Não foi um choque, nem sequer uma notícia inesperada. A minha Avó F. já estava doente há muito tempo e, com franqueza, se esquecermos o nosso egoísmo, há-de ter sido, para ela, um verdadeiro alívio, considerando o sofrimento que se arrastava há tanto.
A minha Avó F. nunca foi uma avó como os meus outros 3 avós. A Avó F. não era assim tão querida pelos netos - e éramos muitos - porque dificilmente vinha dali uma palavra ou um gesto de carinho, de afecto, de compreensão ou simples interesse. Às vezes, a minha avó F. era até mazinha...
A minha Avó F. ficou muito sozinha quando o meu Avô A. morreu. Era o Avô A. que nos puxava àquela casa, naquela terra Minhota. Do Avô A., todos nós gostávamos... muito! Ao contrário da Avó F., o Avô A. tinha um sorriso doce que já fazia parte da cara. O seu sorriso era como uma ruga imensa, irremediavelmente entranhada naquela expressão suave, que nos deliciava. Nunca se zangava. Nunca dizia que não. A Avó F., contrariamente, nunca dizia que sim e nunca estava feliz.
Acho que a minha Avó F. ganhou consciência de tudo isso quando morreu o meu Avô A. e todos ficaram mais ausentes. Com o passar do tempo, percebi que ela já me recebia com carinho. Percebi que gostava que eu a visitasse. Consegui ver a minha avó F. feliz com a minha presença, nas poucas visitas que lhe fiz depois da morte do meu Avô A. Percebi que a minha Avó F. aprendeu muito e já valorizava as pessoas.
Era, contudo, muito tarde. Muito se havia perdido, entretanto. A melhor fase para criar laços fortes com a minha Avó F. já tinha passado. Foi importante perceber que ela mudou, e porquê. Foi importante perdoar e esquecer. Foi importante, porque me permite conseguir chorar, hoje, com a sua morte. É bom sinal. Que dizer que houve coisas boas, mesmo que tardias...

Descansa em paz, Avó F. !

quarta-feira, maio 20, 2009

simplesmente...

A-D-O-R-O
barrigadas de riso, como esta que nos demos hoje...
..
[... como tantas que nos damos sempre! h-a-m-u-t :)]


terça-feira, maio 19, 2009

Avô H.



Hoje seria o teu dia. O dia 19 de Março será sempre o teu dia. Sempre, porque nada será, nunca, mais importante do que tu, neste dia ou noutro qualquer. Porque te lembro com saudades. Muitas saudades! Saudades de te ouvir cantar(-me), de brincar contigo, de correr para ti... eu sempre corria para ti. Saudades de te ouvir resmungar pelas partidas que te pregava, que eram muitas. Saudades de te ouvir gritar pelo FCP, dar murros na mesa ao assistir a debates políticos e falar com orgulho dos tempos passados em Angola. Saudades das tuas histórias... Saber que eu era a favorita. Saudades tuas. Pena por não ter tido a oportunidade de te dizer que tu também eras favorito. Mas tu sabes...

Um dia feliz! Estejas onde estiveres...

be wise


don't look at me... I'd rather you look throw
read the signs... there's so much to learn in my silences
it's all there... just open your eyes and free your mind
let your heart flow... life's just started for us
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sexta-feira, maio 08, 2009



Demora-te mais um pouco. Faz frio lá fora e, aqui, o teu sorriso aquece. Fica. É cedo, ainda. A lua está alta e é a única claridade na noite. Deita a cabeça no meu colo e fica até ao cantar do galo. Cobre os meus ombros com a manta de retalhos e fecha os olhos por momentos. Adormece como dantes, com o dedo a enrolar uma mecha do meu cabelo. Amanhã segues viagem. Amanhã bem cedo. Partes enquanto ainda durmo, para que não me despeça. Sem lágrimas. Quando acordar, sentirei o teu cheiro e vou pensar-te com saudade. Saudades de um tempo ido... remoto. Saudades com um sorriso. Um dia, talvez te lembres do postal que te peço, sempre que partes. Um dia, na volta do correio, chegarão notícias tuas. Eu sei! Tu sempre voltas.

a visitar...

A quem já me ouviu falar do Pedrinho e do quadro que ele pintou para mim* (ele é que não acredita que este me vem parar às mãos, mais tarde ou mais cedo, por mais que lho diga), cá fica o convite para a próxima exposição. Estão previstas mais duas, em espaços d-e-l-i-c-i-o-s-o-s: uma no IADE (em Lisboa) e outra na Cooperativa Árvore (no Porto).
Atempadamente, e a menos que o convite venha por sms, cá deixarei mais indicações.
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* o quadro de que falo é o do convite, e podem mandar entregar cá em casa.
A gerência agradece e o artista também (sempre se livra aqui da melga...)

quarta-feira, maio 06, 2009

a propósito de humildade...

Não queiras ser como aquele catavento dourado do grande edifício; por muito que brilhe e por mais alto que esteja, não conta para a solidez da obra.

Oxalá sejas sempre como um velho silhar oculto nos alicerces, debaixo da terra, onde ninguém te veja; por ti não desabará a casa.

[Josemaria Escrivá]

quinta-feira, abril 30, 2009

Saia um post p'ró X. e uma minis, ó fáxavor!

photo by Ricardo Ribeiro @ olhares.com
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- Eu alinho!

- Eu também alinho!

- Eu a apanhar ondas...

- E eu a apanhar sol... sempre é mais fácil do que apanhar ondas.

- Viver é fixe, não é?

- Ó, s'é...

terça-feira, abril 28, 2009

um jantar, uma fábula

ESPAÇO FÁBULAS
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são as vantagens de ser ainda forasteira. há muito a descobrir e, felizmente, muito de bom. este foi mais um espaço-surpresa. diria, como sempre, que pretendo lá voltar, mas ainda me falta descobrir tanto que... lá voltarei, a seu tempo. mas recomendo, sem hesitar.

segunda-feira, abril 27, 2009

é por isso...

photo by lúcia letra @ olhares.com
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Há coisas que não mudam, que sempre fazem falta, que deixam saudades, que marcam e ficam, ou partem mas voltam. Há coisas de sempre, coisas para sempre, coisas para a vida. Coisas minhas, coisas nossas, intransmissíveis ou partilhadas, mas constantes. É assim que gosto das pessoas que passam por mim... como coisas dessas. É por isso que gosto do tempo que gasto com elas... porque o merecem. É por isso que valem a pena... porque se tornam importantes.

Tardávamos diante das palavras, como se os olhos fossem cegar sobre as páginas que não acabávamos de ler, só para fazer durar o engano, o livro, o tempo de todas as leituras. Guardávamos silêncio à cabeceira. E cruzávamos de noite os dedos à procura da luz que emanasse de um seio, da onda do cabelo sobre a orelha, dos ombros, da cintura, do começo dos lábios. Normalmente, achávamos apenas a sombra da roupa na curva dos joelhos, a penumbra entre os nossos corpos quietos e deitados.

É nas linhas das mãos que os deuses escrevem os mais belos romances. Nas nossas, porém, somente elaboraram um divertimento, um esboço, um rascunho, nem sequer literatura.

- Maria do Rosário Pedreira -

sexta-feira, abril 24, 2009

[private]


sexo, sexo e mais sexo...
muito se diz, e pouco se faz!

Porque as quintas-feiras sempre foram óptimos dias para sair (seja na capital ou na invicta), estar com amigos - recentes, mas bons - e partilhar um belo sushi, muito vinho, whisky e Red Bull (este último para disfarçar), agradecer mas recusar a boleia - ou reconhecimento do terreno - do dono simpático (mas não-giro) do bar cujo nome já nem sei (mas onde quero voltar), rir como uma maluca ao dar voltas e voltas para evitar operações stop no regresso a casa, tentar dormir uma ou das horas e acordar fresca como uma alface para mais um dia de verdadeiro marasmo laboral.


Conversas secretas que morrem entre nós, porque são deliciosamente vergonhosas.

No fim de tudo, perceber que, depois dos 30, estamos no nosso melhor!

segunda-feira, abril 13, 2009

Como odeio banalidades!

Eu, que sou mais banal e vulgar que a mais banal das mulheres. Eu, que sou tão comum que nem preciso olhar-me ao espelho, igual que sou a tantas outras mulheres com que me cruzo e das quais não me distingo. Eu odeio a banalidade! Odeio as frases feitas de quem pergunta: Olá, como está?, e nem quer saber. Odeio os bons dias, as boas tardes, as boas noites, ditos sem pensar, ou a pensar em coisa nenhuma, ou a pensar noutra coisa qualquer que não o desejo que o dia, a tarde ou a noite nos corram bem e sejam bons. Eu odeio frases feitas! Odeio as vizinhas à janela, as amigas e amigos nos cafés, nos bares, nos autocarros, com vidas tão fúteis e pequeninas que dissecam as dos outros, que cortam a casaca dos melhores amigos pedaço a pedaço, achando que os amigos são os melhores amigos, e nunca cortariam as deles. Mas cortam! E são más-línguas, maus carácteres, sem carácter! Eu odeio vizinhas a bisbilhotar à janela! E as pessoas que passam? E a multidão anónima que percorre as ruas em zig-zag, evitando pedintes e mãos que se estendem? E que colam a mala ao corpo, achando que ser pobre é ser ladrão. E se aconchegam na roupa comprada na Zara ou nos mercados de rua, mas muito sua! E que são caridosos, piedosos, apiedados, compreensivos com a desgraça alheia se não tiverem de dar um cêntimo e a caridade for só da boca para fora! Eu odeio a caridade hipócrita da multidão! E os gajos? Os gajos mesmo gajos! Os gajos na verdadeira acepção da palavra! Os que se sentam em esplanadas ou se encostam em montras, esperando as mulheres, as deles, e discretos apreciam pernas e cus das outras, as que passam. E lambem os beiços e coçam os tomates e pensam ou dizem: Esta gaja é muita boa! Como odeio a frase "esta gaja é muita boa", dita por gajos que em casa têm mulheres que nem olham. E às quais nem falam. E que na cama despacham sexo e mulher, despejando o desejo das gajas boas que comeram com os olhos, na rua. Ah! Como eu odeio estes gajos! E as gajas? As santinhas, as púdicas, as que têm sempre na ponta da língua um: Ai credo, um julgamento, uma condenação. As que são contra o aborto, contra a pílula, contra a educação sexual, contra tudo que seja sexo! Escrito, pintado, feito ou falado. E quando têm "maus pensamentos" correm às sacristias: Sr. Padre, sonhei que estava a fazer sexo oral, confessam. Como se sexo oral fosse um pecado capital, esquecendo que só o peixe morre pela boca. E lavam as mãos nas pias, e cumprem todas as penitências, mas falam do sexo da vizinha que é uma descarada. E são donas de verdades absolutas. E nunca têm dúvidas. E só dizem… B a n a l i d a d e s! Ah! Como odeio falsas santinhas e ratas de sacristia! E eu? Eu que sou banal, normal, vulgar, mas odeio a vulgaridade. Eu que mando à merda quem me chateia. Eu que escrevo asneiras se me dá na gana, e que para um sacana sou sacana e meia! Eu odeio sacanas! Aqueles de falas mansas e que parecem santos, e que dão a roupa toda e pelos outros ficam em pêlo, mas em casa vão ao pêlo às mulheres, e deixam-nas: negras de pancada, negras de dor, negras de pavor. Ah… Se pudesse dava um tiro nos cornos desses sacanas! E de outros: os abusadores, os ladrões de inocências, os que roubam infâncias e semeiam pesadelos. Esses, castrava-os a todos! Os do passado, do presente e do futuro, já que a justiça não castra senão a esperança de justiça!… Eu, que sou mais banal e vulgar que a mais banal das mulheres. Eu, que por fora ninguém distingue ou olha duas vezes ao passar. Odeio banalidades!

(desconheço o autor)

gosto de Ti

Não é à toa que se gosta e frequenta o Batô. A música é boa (da boa, mesmo!), o espaço é familiar, os empregados idem, yada yada yada...

A caminho, fui informada que o Batô foi vendido 'a um dos gajos do Via Rápida'. Mau! Querem lá ver que a coisa vai mudar (para pior, entenda-se), ao fim de quase 40 anos?! Sim, que o Batô tem quase 4 décadas e sempre foi uma referência a nível musical, na noite portuense. Do nosso ponto de vista, não há discoteca que lhe faça sombra.

Assim que entramos, confirma-se... sentado numa área reservada (bah!), lá estava o mister João Loureiro, com cara de poucos amigos, a escrever num bloquinho de notas - tenho para mim que preparava o alinhamento da sua primeira noite, após tomada de posse. Contudo e, ao que parece - sim, porque mandamos sondar o novo anfitrião - tudo se irá manter ou, pelo menos, a parte que nos interessa, que é o som da casa. Respiramos de alívio e esquecemos (até ver) o abaixo-assinado e o motim que estava já em preparação.

No Batô, estamos entre amigos, estamos em casa. No Batô, o Sr. Ferreira - ainda - carrega 50 copos de uma assentada e impõe respeito. Ah! Pois é! O Batô é a 'discoteca do bairro'. O Batô é daqueles sítios onde podemos - até - ir sozinhos. Há sempre caras conhecidas e companhia não faltará.
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Há até caras amigas, amigas mesmo, do peito e para a vida, que nos fazem ganhar a noite com mimos e boa conversa. No Batô, matam-se saudades que não se sabiam tantas.
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Desta vez foi o Ti que me encontrou...
... gosto muito de Ti! :)
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Photo by Bi ;)

domingo, abril 12, 2009

curtas e parvas, de msn


- Tomamos café amanhã.
- Quando é que casamos?
- Amanhã... café. O casamento pode ser lá para a próxima semana... :P
- Parece-me bem... na próxima semana não tenho nenhum casamento :S
[...]
- Sabes onde é o "Trintaeum"? No Passeio Alegre?
- Não me digas nomes... assim não vou lá.
(um segundo de silêncio)
- Ok... e números? O 31?!
[...]
- Viver em Leça é fixe!!! :D Queres experimentar?
- ???
- Vem viver comigo este fim-de-semana. Vais mudar de idéias. :D
- Não posso! Este fim-de-semana vou viver com os meus Pais...
- E eu? Posso ir viver com os teus Pais? :) Vamos viver para Valença.
- Gostas de campismo? Tenho que perguntar à Roma se não se importa de dividir a relva. :P
[...]
- ... depois ficas com cara de sêmea.
- Oh! B., o que é uma sêmea???
- Oh! É um pão com risca ao meio...
[...]

sábado, abril 11, 2009


19.abril.2009 - casino de lisboa


Perfeito! É assim que te guardo. Perfeito no tempo e no espaço. Havia tudo, nesta perfeita impossibilidade. Perfeito na sua plenitude. É assim que te quero. É assim que vou, sempre, guardar-te. Fechei capítulos de livros gastos. Abri cadernos novos, com sede de lhes encher as páginas de letras desenhadas com uma vontade que havia escapado. Guardo-te ali, no meio de tudo isso, como uma aparente transição, cuja perfeição não se revela.

terça-feira, março 24, 2009


Nada entre nós tem o nome da pressa. Conhecemo-nos assim, devagar, o cuidado traçou os seus próprios labirintos. Sobre a pele é sempre a primeira vez que os gestos acontecem. Porém, se se abrir uma porta para o verão, vemos as mesmas coisas - o que fica para além da planície e da falésia; a ilha, um rebanho, um barco à espera de partir, uma palavra que nunca escreveremos. Entre nós o tempo desenha-se assim, devagar. Daríamos sempre pelo mais pequeno engano.
- Maria do Rosário Pedreira -

domingo, março 22, 2009

Cuidado! Muito cuidado!

Ian Lawless*


Já o meu professor de Sociologia dizia que 'na Primavera, os rapazes ficam com cara de parvos'.
Já a T. disse, numa composição da escola, que 'na Primavera, as hormonas ficam saltitantes'.
Está provado que, com o sol, há mais predisposição para o amor.
Compreendo isso tudo, e talvez até concorde... mas será que têm todos que engravidar nesta altura. Mas, afinal, será a Primavera tão poderosa? Cá para mim - e ainda hoje disse isto - essa coisa que engravida anda no ar, e temos que ter muito cuidado. Cá para mim, pega-se através das radiações do telemóvel. E eu já decidi. Pelo sim, pelo não, a partir de agora só atendo chamadas de gajos com muito bons genes*. Tenho dito!

quinta-feira, março 19, 2009

'A father is always making his baby into a little woman. And when she is a woman, he turns her back again.' [Enid Bagnold ]

That is so true...


Lembras-te quando eu abria os braços o mais que conseguia e dizia 'Eu gosto de ti assiiim!'? Hoje, os meus braços são maiores... deve querer dizer que te amo ainda mais. Um dia mágico para ti.

domingo, março 15, 2009

Nem tudo são tristezas...


Pois é! Enquanto uma, me diz ao telefone: 'Ainda bem que foi uma garrafa de vinho. Imagina que era uma garrafa de azeite... Tens mais vinho? Bebe outra, e moraliza-te para a limpeza.', a outra manda um mail todo pi-pi com uma notícia linda: 'Estamos à espera da cegonha, que traz uma Laura!'

Posto isto, venha a garrafa de tinto e fica um beijo imenso de felicidades ao P. e à V., que têm das histórias de amor mais bonitas, e que eu tive o privilégio de acompanhar desde o início, enquanto era ainda top secret!

Eu, fada-do-lar


Detesto! Detesto que venham cá a casa sem me avisar e, pior, que me avisem, mas que eu não tenha a mais pequena vontade de 'receber' certas pessoas. Agrava ainda mais quando essa pessoa é o senhorio (sim, que eu agora sou pobre e arrendatária), que vem buscar um fogão que se está a desmontar de podre e, como se não bastasse, ainda parte uma das minhas garrafas de vinho no meio da cozinha. Raios!!! Vá-se lá embora, senhor, e depressa, que eu trato da faxina. E obrigadinha, por me arranjar o que fazer na tarde solarenga deste domingo lindo! O que eu mais gosto é, de facto, das lides domésticas... e não me ocorria nada melhor. GRRR!

back to the past

Quem é que se lembra deste blog
ter este [bom] aspecto?! :)

sábado, março 14, 2009



"… É preciso que saibas que, entre a liberdade e a segurança, a grande maioria não escolhe a liberdade. A liberdade precisa da coragem de lutar com o medo, sem a certeza de o vencer. E o medo existe sempre, ontem, hoje e amanhã, e a coragem é tão rara como o espírito que ama a liberdade…"

- Pedro Paixão -


Mãe, eu quero ir-me embora – a vida não é nada daquilo que disseste quando os meus seios começaram a crescer. O amor foi tão parco, a solidão tão grande, murcharam tão depressa as rosas que me deram – se é que me deram flores, já não tenho a certeza, mas tu deves lembrar-te porque disseste que isso ia acontecer. Mãe, eu quero ir-me embora – os meus sonhos estão cheios de pedras e de terra; e, quando fecho os olhos, só vejo uns olhos parados no meu rosto e nada mais que a escuridão por cima. Ainda por cima, matei todos os sonhos que tiveste para mim – tenho a casa vazia, deitei-me com mais homens do que aqueles que amei e o que amei de verdade nunca acordou comigo. Mãe, eu quero ir-me embora – nenhum sorriso abre caminho no meu rosto e os beijos azedam na minha boca. Tu sabes que não gosto de deixar-te sozinha, mas desta vez não chames pelo meu nome, não me peças que fique –as lágrimas impedem-me de caminhar e eu tenho de ir-me embora, tu sabes, a tinta com que escrevo é o sangue de uma ferida que se foi encostando ao meu peito como uma cama se afeiçoa a um corpo que vai vendo crescer. Mãe, eu vou-me embora – esperei a vida inteira por quem nunca me amou e perdi tudo, até o medo de morrer. A esta hora as ruas estão desertas e as janelas convidam à viagem. Para ficar, bastava-me uma voz que me chamasse, mas essa voz, tu sabes, não é a tua – a última canção sobre o meu corpo já foi há muito tempo e desde então os dias foram sempre tão compridos, e o amor tão parco, e a solidão tão grande, e as rosas que disseste um dia que chegariam virão já amanhã, mas desta vez, tu sabes, não as verei murchar.


- Maria do Rosário Pedreira -

sexta-feira, março 13, 2009