quinta-feira, dezembro 28, 2006

Feliz 2007

Da mesma forma como, volta e meia, temos momentos de lucidez, volta e meia temos momentos de verdadeira insanidade e devíamos ser automaticamente internados por incapacidade... a velha máxima "não me arrependo de nada do que fiz" é uma treta de todo o tamanho. Arrependo sim!!! Há tanto que gostaria de mudar... tanto que preferia não ter feito... muito que poderia ser evitado e tanto que não deveria ter desperdiçado.
Está a caminho um novo ano e, como sempre, uma série de novos planos, perspectivas de mudança... e boa-vontade para levar essas mudanças a cabo não faltam. Há que meter mãos à obra e fazer deste ano um ANO PERFEITO.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Boas Festas!

FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO 2007

... de repente!

Então do riso fez-se o pranto,
Silencioso e branco como a bruma
E das mãos espalmadas fez-se espanto
E das bocas unidas fez-se espuma.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.


(Vinícius de Moraes)

...


"Quando pensamos saber todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas."

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Um dia...


Um dia vou dizer-te aquele adeus... aquele que nunca foi dito ou, que por ter sido tantas vezes repetido de forma impulsiva, se tornou banal e nunca lhe deste crédito. Sim... esse adeus! Um dia acabar-se-ão as minhas forças e desistirei de lutar. Afinal, sei lá eu porque tanto luto... Um dia acabar-se-á esta coragem desmedida de quem quer com muita vontade... porque a vontade vai falhar-me, a coragem vai falhar-me, as forças vão falhar-me, e... Um dia perco esta vontade de ti. Ao fim de tanto tempo, vou perceber que não me fazes falta e consigo continuar a caminhada sozinha.

E nesse dia, vais ser tu a sentir a falta, a lamentar a tua falta de coragem, de forças e de vontade. Um dia serás tu a olhar para trás quando eu já olho em frente... Um dia serás tu a querer lutar, mas já não haverá nada por que lutar... Um dia vais perceber que palavras por si só não bastam, mas é tarde para agir. Um dia, ao acordar, vais perceber as mudanças que o tempo fez enquanto estavas adormecido... enquanto te aventuravas por novos caminhos que te levavam na direcção oposta à minha.

Um dia...

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Mad about you

Aquela música... aquela que nos transporta e nos leva de volta aos tempos em que as lágrimas não existiam. Aquela que traz saudades dos tempos em que tudo estava bem e nos entregavamos sem reservas, sem medos... com confiança.

terça-feira, dezembro 12, 2006

Sou pelos cães!


Gosto muito de animais de estimação - gosto, gosto - e, além de cães - que são uma constante e que eu adoro - até já tive vários outros... um gato (mas não achei muita piada), periquitos e canários (mas não achei muita piada), peixes (mas não achei muita piada), grilos (mas matei um a achar que era uma barata - também ninguém lhe disse que podia sair para passear pela sala)... Até cheguei a criar caracóis, formigas e borboletas, quando era miúda, mas estas três últimas espécies não se deram muito bem lá em casa. Passo a explicar: na infância acreditamos em tudo o que nos dizem, certo? Pela lógica, a casca do caracol é a sua casa, as formigas gostam de doces e as borboletas... hum... já não me lembro, mas pousavam nas flores e afins. Pois é, meus caros: um caracol sem casca não vive muito tempo, tal como uma série de formigas dentro de uma caixa com açucar, ficam meladas e falecem. A borboleta ainda durou umas 3 semanas e nunca entendi o que lhe aconteceu... fome não seria porque todos os dias lhe punha uma folha de alface fresquinha... talvez ela preferisse um bife. Também sempre quis ter um hamster, porque achava piada dar-lhe bolacha Maria - passe a publicidade - partida em 4, para ele guardar nas mandíbulas e ficar com a cabeça toda torta... mas nunca tive um e ainda bem para ele, tendo em conta o meu histórico como tratadora de animais.
Agora a fase adulta...

Uma vez comprei um peixe lá para o escritório, mas na loja esqueceram-se de me avisar que aquele peixe era demasiado grande para aquele aquário... em 3 dias, o coitado passou a nadar de marcha-atrás, até que apareceu de barriga para o ar. Pensei que me tinha deixado destas coisas, até que alguém se lembrou que uma tartaruga era muito bom "feng shui"... et voilá! Temos, já desde o Verão, uma mascote no escritório, que dá pelo nome de bicharoco ou qualquer outra coisa parecida que nos ocorra.
Quem se lixa sou eu... bem a desgraçada morria à fome ou atolada em esterco, porque mais ninguém lhe liga. Vá lá que agora decidiu hibernar*... até aos primeiros raios de sol da Primavera, espero que não me dê mais trabalho. É um bicho muito simpático; faz cá uma companhia... olarila!


* Acho que hibernou... se começar a cheirar mal, vai parar ao arquivo morto (vulgo: caixote).

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Parece... mas não é!


Parece que grande parte das pessoas que conheço tem vindo a abandonar o Hi5... não que seja contra o Hi5 ou outros do género - eu própria lá estive durante muitos meses - mas, de facto, a ideia generalizada que tenho vindo a constatar é a de que não traz qualquer benefício à vida de cada um. Aliás, às vezes até traz problemas. Foi essa a conclusão a que cheguei e me fez desactivar a minha conta, e é essa a justificação que ouço para as outras baixas.
Dos 1.500 amigos que constam de cada Hi5, conhece-se (nem) metade e, dessa metade, metade é mero conhecido ou colega e apenas meia dúzia é, na verdade, amigo. Afinal, parece que não passa de uma colecção de falsos amigos, de comentários de engate e de uma forma de conhecer gente que, às vezes, não passa do cenário virtual... Uau! Que amigos que nós somos!!!
Contudo, quer-me parecer que ficam muito contentes com a idéia de serem pessoas socialmente muito bem aceites, por terem muitos "friends" e muitos "comments" e muitos "fives"... serão, de facto? Ou não passam de pessoas inseguras que precisam de aceitação, venha ela de onde vier?
Compreendo este tipo de comportamento nos casos infanto-juvenis... mas na nossa idade, confesso que já não consigo entender muito bem. Nós somos de uma geração em que ainda se usavam as campaínhas em vez do "dou um toque e tu desces, tá?"... do tempo em que a presença física era vital para as brincadeiras, porque nem havia outra forma... do tempo dos telefones de rede fixa ("Ok! Ligo mais tarde, então. Obrigada") sem sms - o telefone toca, ou não toca; um PI PI não é coisa nenhuma... do tempo em que sabíamos sempre onde estava toda a gente - era no sítio do costume, claro!
Acho que tanta facilidade de comunicação nos leva a expôr demasiado o que cada um de nós é - nalguns casos, o que não é - e a criar relações que, no fundo, nem existem... que é feito das relações de qualidade de outrora?
Parece uma vida socialmente emocionante, mas não é! Mas ok... cada um é feliz à sua maneira!
P.S. Até reconheço que o Hi5 me fez reencontrar pessoas de quem não sabia há anos, mas na verdade, a maioria também não passou do espaço cibernáutico para a minha vida... os meus amigos estão comigo e, quem não está, é porque não me faz falta.

sábado, dezembro 09, 2006

Vem aí o Natal...

Vamos à baixa na noite de 22 ou 23... ver as luzes e as gentes que se atropelam e amontoam nas compras de última hora... ouvir a música e sentir o cheiro a "Natal no Porto" (sim, porque é diferente do cheiro a Natal noutro sítio qualquer). Ver o Porto com vida, numa hora a que, normalmente, já dorme.
Vamos de metro ou de autocarro porque é mais giro; vamos misturar-nos na confusão. Vamos comer castanhas, tomar um café no Magestic e, quem sabe, até façamos alguma compra que havíamos esquecido. Vais comprar-me um balão!

Depois, na noite de Natal, vamos lá voltar no fim da consoada, só para ver as luzes numa cidade parada...

Hoje, o Natal já não passa de um dia que guardamos para a família, mas que perdeu o encanto de outros tempos.
Contudo, há hábitos antigos que nos fazem reviver sentimentos de outrora, com igual intensidade. Não quero perdê-los nunca!

quinta-feira, dezembro 07, 2006

O Principezinho II


(...)
O principezinho voltou no dia seguinte.
- Era melhor teres vindo à mesma hora - disse a raposa. Se vieres, por exemplo, às quatro horas, às três, já eu começo a ser feliz. E quanto mais perto for da hora, mais feliz me sentirei. Às quatro em ponto já hei-de estar toda agitada e inquieta: é o preço da felicidade! Mas se chegares a uma hora qualquer, eu nunca saberei a que horas é que hei-de começar a arranjar o meu coração, a vesti-lo, a pô-lo bonito...São precisos rituais.
- O que é um ritual? - perguntou o principezinho.
- Também é uma coisa de que toda a gente se esqueceu - respondeu a raposa. - É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias e uma hora, diferente das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, têm um ritual, à quinta-feira, vão ao baile com as raparigas da aldeia. Assim, a quinta-feira é um dia maravilhoso. Eu posso ir passear para as vinhas. Se os caçadores fossem ao baile num dia qualquer, os dias eram todos iguais uns aos outros e eu nunca tinha férias.
Foi assim que o principezinho prendeu a raposa. E quando chegou a hora da despedida:
- Ai! - exclamou a raposa - ai que me vou pôr a chorar...
- A culpa é tua - disse o principezinho.- Eu bem não queria que te acontecesse mal nenhum, mas tu quiseste que eu te prendesse a mim...
- Pois quis - disse a raposa.
- Mas agora vais-te pôr a chorar! - disse o principezinho.
- Pois vou - disse a raposa.
- Então não ganhaste nada com isso!
- Ai isso é que ganhei! - disse a raposa. - Por causa da cor do trigo...
Depois acrescentou:
- Anda, vai ver outra vez as rosas. Vais perceber que a tua é única no mundo. Quando vieres ter comigo, dou-te um presente de despedida: conto-te um segredo.
O principezinho lá foi ver as rosas outra vez.
- Vocês não são nada parecidas com a minha rosa! Vocês ainda não são nada - disse-lhes ele. - Não há ninguém preso a vocês e vocês não estão presas a ninguém. Vocês são como a minha raposa era. Era uma raposa perfeitamente igual a outras cem mil raposas. Mas eu tornei-a minha amiga e, agora, ela é única no mundo.
E as rosas ficaram bastante incomodadas.
- Vocês são bonitas, mas vazias - ainda lhes disse o principezinho. - Não se pode morrer por vocês. Claro que, para um transeunte qualquer, a minha rosa é perfeitamente igual a vocês. Mas, sozinha, vale mais do que vocês todas juntas, porque fui a que eu reguei. Porque foi a ela que eu pus debaixo de uma redoma. Porque foi ela que eu abriguei com o biombo.. Porque foi a ela que eu matei as lagartas (menos duas ou três, por causa das borboletas). Porque foi a ela que eu vi queixar-se, gabar-se e até, às vezes, calar-se. Porque ela é a minha rosa.
E então voltou para o pé da raposa e disse:
- Adeus...
- Adeus - disse a raposa. Vou-te contar o tal segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos...
- O essencial é invisível para os olhos - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer.
- Foi o tempo que tu perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer.
- Os homens já se esqueceram desta verdade - disse a raposa. - Mas tu não te deves esquecer dela. Ficas responsável para todo o sempre por aquilo que está preso a ti. Tu és responsável pela tua rosa...
- Sou responsável pela minha rosa... - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer.
(...)

Antoine de Saint-Exupéry

quarta-feira, dezembro 06, 2006

O Principezinho I

(...)
Foi então que apareceu a raposa.
- Olá, bom dia! - disse a raposa.
- Olá, bom dia! - respondeu delicadamente o principezinho que se voltou mas não viu ninguém.
- Estou aqui - disse a voz - debaixo da macieira.
- Quem és tu? - perguntou o principezinho. - És bem bonita...
- Sou uma raposa - disse a raposa.
- Anda brincar comigo - pediu-lhe o principezinho. - Estou triste...
- Não posso ir brincar contigo - disse a raposa. - Não estou presa...
- AH! Então, desculpa! - disse o principezinho.
Mas pôs-se a pensar, a pensar, e acabou por perguntar:
- O que é que "estar preso" quer dizer?
- Vê-se logo que não és de cá - disse a raposa. - De que é que tu andas à procura?
- Ando à procura dos homens - disse o principezinho. - O que é que "estar preso" quer dizer?
- Os homens têm espingardas e passam o tempo a caçar - disse a raposa. - É uma grande maçada! E também fazem criação de galinhas! Aliás, na minha opinião, é a única coisa interessante que eles têm. Andas à procura de galinhas?
- Não - disse o principezinho. Ando à procura de amigos. O que é que "estar preso" quer dizer?
- É a única coisa que toda a gente se esqueceu - disse a raposa. - Quer dizer que se está ligado a alguém, que se criaram laços com alguém.
- Laços?
- Sim, laços - disse a raposa. - Ora vê: por enquanto, para mim, tu não és senão um rapazinho perfeitamente igual a outros cem mil rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Por enquanto, para ti, eu não sou senão uma raposa igual a outras cem mil raposas. Mas, se tu me prenderes a ti, passamos a precisar um do outro. Passas a ser único no mundo para mim. E, para ti, eu também passo a ser única no mundo...
- Parece-me que estou a começar a perceber - disse o principezinho. - Sabes, há uma certa flor...tenho a impressão que estou presa a ela...
- É bem possivel - disse a raposa. - Vê-se cada coisa cá na Terra...
- OH! Mas não é da Terra! - disse o principezinho.
A raposa pareceu ficar muito intrigada.
- Então, é noutro planeta?
- É.
- E nesse tal planeta há caçadores?
- Não.
- Começo a achar-lhe alguma graça...E galinhas?
- Não.
- Não há bela sem senão...- disse a raposa.
Mas a raposa voltou a insistir na sua ideia:
- Tenho uma vida terrivelmente monótona. Eu, caço galinhas e os homens, caçam-me a mim. As galinhas são todas iguais umas às outras e os homens são todos iguais uns aos outros. Por isso, às vezes, aborreço-me um bocado. Mas, se tu me prenderes a ti, a minha vida fica cheia de sol. Fico a conhecer uns passos diferentes de todos os outros passos. Os outros passos fazem-me fugir para debaixo da terra. Os teus hão-de chamar-me para fora da toca, como uma música. E depois, olha! Estás a ver, ali adiante, aqueles campos de trigo? Eu não como pão e, por isso, o trigo não me serve de nada. Os campos de trigo não me fazem lembrar de nada. E é uma triste coisa! Mas os teus cabelos são da cor do ouro. Então, quando eu estiver presa a ti, vai ser maravilhoso! Como o trigo é dourado, há-de fazer-me lembrar de ti. E hei-de gostar do barulho do vento a bater no trigo...
A raposa calou-se e ficou a olhar durante muito tempo para o principezinho.
- Por favor...Prende-me a ti! - acabou finalmente por dizer.
- Eu bem gostava - respondeu o principezinho - mas não tenho muito tempo. Tenho amigos para descobrir e uma data de coisas para conhecer...
- Só conhecemos as coisas que prendemos a nós - disse a raposa. - Os homens, agora, já não têm tempo para conhecer nada. Compram as coisas já feitas nos vendedores. Mas como não há vendedores de amigos, os homens já não têm amigos. Se queres um amigo, prende-me a ti!
- E o que é que é preciso fazer? - perguntou o principezinho.
- É preciso ter muita paciência. Primeiro, sentas-te um bocadinho afastado de mim, assim, em cima da relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não me dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal entendidos. Mas todos os dias te podes sentar um bocadinho mais perto...

Tudo o que temos cá dentro

"Batem as portas, em tons de suicidio,
como se fossem um corpo a cair do nono andar..." *
...
Estava, de facto, muito quieta. É normal que fique assim e já ninguém estranha. As minhas variações de humor, as pseudo-depressões que gosto de cultivar quando me sinto menos bem... Gosto de carpir as minhas mágoas, como se precisasse de uma desintoxicação, uma cura... é preciso bater no fundo para voltar com toda a força e vontade de viver. Pensar em tudo, ponderar tudo, tentar perceber tudo. Acho mesmo que penso demais e acabo por ficar com o problema todo para mim, quando devia ser dividido. Devia ser mais esperta e descartar-me dele, como outros fazem. Mas a idéia de "viver o momento" era muito bonita se eu soubesse que morria amanhã... como espero que isso não aconteça (sempre quis viver até aos 120, velhinha mas auto-suficiente), há que perceber que os momentos da nossa vida estão encadeados e uns não são mais do que consequências de outros. Não gosto de arrependimentos e prefiro evitá-los.
A falta de vontade para tudo e coisa nenhuma... limitava-me a cumprir as "obrigações" e a respeitar as minhas necessidades mais básicas. A única coisa que vivia, em mim, era a cabeça (e antes tivesse parado, também). Essa sim, fervilhava, andava a mil à hora, mas sempre à volta do mesmo.
É hora de voltar! Aos poucos, porque é um processo lento, mas a passo e passo, começar a mexer. Um passo em falso pode ser perigoso... como já disse, não gosto de arrependimentos.
A minha cabeça já se ocupa com outras coisas... sem descurar o que está para trás (prefiro não fugir a nada... acredito que aquilo de que hoje fugimos, amanhã virá atrás de nós), começo a arranjar espaço entre as gavetas e já arranjei uma para os livros. Há muito que não lia!!! Já nem me lembrava de como era bom, de como nos distrai do resto, mesmo que temporariamente. Em 3 dias devorei 2 livros. Confesso que, a páginas tantas, relacionava aquilo que lia com a minha vivência e dava por mim a pensar cada vez mais no mesmo... mas fez-me muito bem. Já peguei noutro... a ver vamos se me encontro no bom caminho.

"... apetece-me encontrar-te de novo no caminho... " *
...
* Tudo o que temos cá dentro, Daniel Sampaio

terça-feira, dezembro 05, 2006

Flash divino?!


Desconheço o autor, mas amei...


Todos os dias, uma menina fazia o caminho de ida a volta para a escola, a pé.
Apesar do mau tempo naquela manhã e das nuvens carregadas, ela fazia o seu caminho diário. O vento aumentava, a par com raios e trovões. A mãe da menina começa a ficar preocupada, por achar que a criança poderia sentir medo e estar assustada. Entra no carro e dirige-se para a escola, avistando a filha ao longe. A criança ía andando e, a cada relâmpago, olhava para cima e sorria!!! Outro e outro trovão e, após cada um, ela olhava para cima e sorria!!!
A menina entra no carro e a mãe, curiosa, pergunta: "Que estavas a fazer?!"
A menina responde: "A sorrir! Deus não pára de me tirar fotografias!"

A bela inocência que nos faz ver que a felicidade está nos momentos mais simples...

Esperei... parei o relógio e fiquei ali, à espera. Sabia que o tempo não parava só porque eu tinha parado o meu relógio, mas como diz Palma, "o tempo é nossa invenção (...) o tempo somos nós". Então não parei o tempo, mas antes parei no tempo.
Esperei um sorriso que me alegrasse, um gesto que eternizasse o momento... Ansiava o dia para chorar de felicidade e, enquanto isso, ía chorando... esperei a segurança e o conforto das palavras mágicas e das atitudes certas. Os dias foram passando e nada... redefini a minha espera. Decidi então esperar que a experiência me amadurecesse e me desse a força e coragem que precisava para voltar a dar corda ao relógio. Esperei crescer e ver o mundo com outros olhos.
O dia que esperei não chegou... talvez porque a vida é uma consequência do que fazemos e desejamos, e não uma espera.

domingo, dezembro 03, 2006

Mais ou menos

A gente pode morar numa casa mais ou menos
Em uma rua mais ou menos
Numa cidade mais ou menos
E até ter um governo mais ou menos

A gente pode dormir em uma casa mais ou menos
Comer um feijão mais ou menos
Ter um transporte mais ou menos
E até ser obrigado em acreditar mais ou menos no futuro

A gente pode olhar em volta e senti que tudo está mais ou menos... TUDO BEM!
O que a gente não pode
Mesmo, nunca, de jeito nenhum

É amar mais ou menos
É sonhar mais ou menos
É ser amigo mais ou menos
É ter fé mais ou menos
É acreditar mais ou menos

Senão a gente corre o risco de ser tornar uma pessoa mais ou menos.

(Chico Xavier)

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Remember

5ª feira… a última do mês. Como sempre, é noite de “remember Batô”. Para quem não sabe, o Batô foi a segunda discoteca a abrir no grande Porto e é, sem sombra de dúvida, a melhor até aos dias de hoje. Melhor música, melhor ambiente, simplesmente melhor…
Mas nestas noites de remember há que chegar cedo. O Batô é pequeno e enche depressa. Meia-noite já é um pouco tarde. Ok, chegamos tarde… é quase 1h00. Cerca de uma hora para entrar, não por má-vontade do Luís porteiro (coitado), mas porque estava, de facto, a rebentar pelas costuras. Fizemos amiguinhos na fila, enquanto esperávamos… a rapariga não era do Porto e nem queria acreditar que estava há tanto tempo à espera para entrar. Palavrão atrás de palavrão, lá ia praguejando e rindo. Foi engraçado. Faltou uma musiquinha e umas bebidas para a noite ser tão divertida no Largo do Castelo, como no nº 13 do mesmo. É a nossa vez…
- Quantos são?
- Somos 4… (atrelamos os novos amigos)
Entrámos. Cheio como era de prever, mas animado como sempre, nestas noites. A primeira vez que lá entrei tinha 14 anos, e cada vez que lá vou sinto o mesmo fascínio. O Batô é nosso… da minha geração, do meu grupo de amigos, meu, só meu… de Violent Femmes a The Cure, sem descurar Pixies, Smiths, Peter Murphy, U2 ou Depeche… só no Batô!!!
Uns whiskies e a noite rola bem… muito bem… estava ao rubro.

É tarde! Está na hora de ir embora… parti um salto. Bolas!!! Ainda por cima, tenho uma vontade enorme de fazer xixi (é com “x” ou com “ch”?!) e quem conhece o Batô sabe que mais vale esperar até chegar a casa. Não sei se aguento… que mania a minha de achar que posso tudo!
À saída, uma troca de palavras simpáticas com o dito Luís porteiro, enquanto me descalço para conseguir caminhar até ao carro sem parecer uma aleijadinha. Está frio e o chão é de um empedrado incerto que me magoa… mas o whisky ajuda e lá vou eu como uma pluma (e não, não sou uma menina do gás). Ninguém dá por nada, aparte o balançar de quem precisa urgentemente de ir à casinha. “- Finge que ainda sentes a música… parece que danças”. Felizmente não sou eu a conduzir.
...
Até 28 de Dezembro… não sei se volto antes. Prefiro a certeza das belas noites!