quinta-feira, novembro 30, 2006

Temos pena...


Caríssimos,
Lamentavelmente, a blogosfera acaba de sofrer uma baixa... o grande Hi5 Porcas acaba de anunciar o seu fim. Esperemos que voltem, para nos deliciarmos com outras peripécias. Afinal, ainda havia tantas pérolas a descobrir... mas eles lá saberão melhor do que nós.
Recomendo vivamente a leitura do seu último post, que encerra a sua passagem por cá em beleza. Fomos brindados com um desfecho que mantém a qualidade a que nos habituamos.
Eu por cá, vou de fim-de-semana prolongado, que há muito já não tinha :)
Hasta.

Há coisas que não mudam...

Aceito a TV a cores, o telemóvel, a internet, o mp3, cd e dvd... enfim, a confortável evolução tecnológica. Até aceito que troquem o nome da minha rua para outro mais bonito* (não é importante, excepto pelo facto de eu morar lá, e também não tenciono ficar lá para o resto da vida), mas há coisas que não mudam nunca... esqueçam!!!

A Praça Velasquez nunca vai ser do Dr. Francisco de Sá Carneiro. Com todo o respeito ao senhor, a praça não lhe pertence, bem como o aeroporto, que será sempre o Aeroporto de Pedras Rubras. E que me perdoe também a Rosa Mota, mas o pavilhão que lhe deram vai ser sempre o Palácio de Cristal, mesmo sem résteas do dito palácio. O Cavaco Silva vai ser sempre ex-Primeiro Ministro e o Papa será para sempre o Karol Wojtyła, porque sempre foi, desde que me conheço como gente. Até a ponte 25 de Abril já foi de Salazar (não que isso importe, porque abaixo do Douro eu não meto o bedelho). E o Euro? Que é isso?!!! Saudades do escudo... que vai ser sempre a moeda de referência. Mil paus; cinco contos... isso sim, é dinheiro!

Gosto de resistir a algumas mudanças. Faz-me sentir mais velha, mas que se lixe! Antiguidade é um posto, não é? E, afinal, eu sou do século passado...

* Pensando bem, a minha rua podia passar a ser a Rua da Soninha... digo eu!

quarta-feira, novembro 29, 2006

Curiosidades


Descobri algumas coisas curiosas...
Não que isto seja importante ou possa mudar a nossa vida, mas achei que devia partilhar.

Os ursos polares são canhotos. Mas faz-lhes alguma diferença? Quanto muito, escrevem com uma letra horrorosa e imperceptível, como qualquer bom canhoto, mas isso só incomoda quem lê.

O olho da avestruz é maior que o seu cérebro. Isso pode explicar muita coisa. Leva-nos a pensar que aquelas pessoas que viram as costas aos problemas (e se diz que escondem a cabeça na areia) têm mais olhos que barriga... perdão, mais olhos que cérebro.

Os porcos não conseguem olhar para o céu. Coitados. Mas pelo menos não levam com os cócós de pássaro na cara. Sempre é menos desagradável sacudi-los dos ombros. Eles têm ombros?!

Os elefantes não conseguem saltar. Ainda bem, senão o mundo era uma agitação que não se aguentava. Sim, porque os gajos pesam...

terça-feira, novembro 28, 2006

Mário Cesariny...

Como dizem os ingleses... Not dead, but gone before

Estação
Esperar ou vir esperar querer ou vir querer-te
vou perdendo a noção desta subtileza.
Aqui chegado até eu venho ver se me apareço
e o fato com que virei preocupa-me, pois chove miudinho
Muita vez vim esperar-te e não houve chegada
De outras, esperei-me eu e não apareci
embora bem procurado entre os mais que passavam.
Se algum de nós vier hoje é já bastante
como comboio e como subtileza
Que dê o nome e espere. Talvez apareça.
(Mário Cesariny)

segunda-feira, novembro 27, 2006

" Um dia você aprende..."

A vida dá-nos tantas possibilidades que a indecisão de optar, por si só, já é uma opção.
Deixar de fazer isto ou aquilo por medo ou dúvida, com o tempo, é abdicar.
Perder tempo a pensar se o que queremos é, efectivamente, o melhor para nós, é abrir mão do que queremos, sem nunca sabermos se seria ou não o melhor.


Ás vezes lemos coisas que dão que pensar, mas que talvez façam mais sentido noutros momentos, que não o momento em que nos chegou ás mãos... recebi este texto por mail há meses, mas hoje fez-me pensar mais. Na altura, talvez tenha feito mais sentido para quem o enviou.

Partilho convosco...


"Depois de algum tempo você aprende a diferença, a subtil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aceitar que beijos não são contratos e presentes não são promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança. E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão (...).
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se levam anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher (...).
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos tratar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pois pode ser a última vez que as vejamos (...).
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa aonde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. O importante é ir. Aprende que ou você controla seus actos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados (...).
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que te chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se. E que aquele grande amor que você acha que vai estar sempre ao seu lado, te vira as costas sem que você sequer perceba como foi. Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel (...). Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.
Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar...que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Nossas dádivas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar."
(Shakespeare)

quinta-feira, novembro 23, 2006

Aprende a jogar!


Burra! Que mania essa de dar todas as cartas... não aprendeste ainda que o jogo não é para mostrar? Há uma parte que é só nossa... a melhor parte! Aquela que nos vai fazer ganhar o jogo. Vê se aprendes.

Vamos lá outra vez. Baralha. Parte. Dá.
Sucedem-se os jogos... jogo atrás de jogo. Que canseira! Um faz batota e o outro perde... sempre. Sem perceber como nem porquê. E és sempre tu a perder. Já te disse: aprende a jogar! Nunca mais saímos disto, até que um se cansa e abandona o jogo.
E agora? Sentes-te carta fora do baralho, não é?

Talvez não... talvez seja esta a hora de mudar de jogo, simplesmente. Há-de haver um jogo melhor para ti... escolhe outro. Ou talvez seja a hora de mudar de jogadores... sem trapaças nem batotas. Só assim a vitória terá um gostinho especial, de algo suado, mas alcançado.

Vamos lá outra vez. Baralha. Parte. Dá.
E, desta vez, certifica-te que és tu a dar.

quarta-feira, novembro 22, 2006

Postal de Natal


Estamos no início de 2006... não estamos, mas faz de conta (foi quando aconteceu).

Tenho um barulho estranho no meu carro... faz lembrar aquele ruído irritante dos jogos a entrar no Spectrum, lembram-se? Não sei o que é. Desligo o carro. O ruído continua, raios!!! O que será isto? O meu carro está estragado (não pode... disseram-me que os Toyotas eram fiáveis). Tiro a chave da ignição e mantém-se o ruído... bolas! Tento esquecer. Abro a porta. Mau!... o barulho vai com a porta. Será das colunas? Mas o rádio já está desligado... Andei dois dias nisto, até que decidi tirar a tralha toda de todos os compartimentos (e quem conhece o carro sabe que são muitos...).

Voilá!!! Nem queria acreditar quando me deparei com um postal de Natal piroso, daqueles com musiquinhas pirosas, que uma formanda me enviou no Natal de 2004 ou 2005 (sim, eu sei que é tempo demais e já devia ter saído de lá). E também sei que isto só acontecia mesmo num carro de gaja, que vai à limpeza uma vez por ano... ok, ok. Poupem-me os sarcasmos, meninos.

E foi! Foi à limpeza este ano, mas já há uns meses largos (e agora está a precisar de outra, diga-se...). Nessa limpeza, tudo que era, supostamente, "lixo", foi enfiado numa caixa e atirado para a mala, para mais tarde eu separar o lixo que deve ir para o lixo, do lixo que não é bem lixo. Não fiz isso (claro!) e a caixa continua na mala do carro...

Agora que se aproxima a época natalícia, voltei a ouvir um ruído estranho, que faz lembrar aquele ruído irritante dos jogos a entrar no Spectrum, lembram-se? Mas agora sei o que é!!! Parece que o meu postal de Natal piroso, daqueles com musiquinhas pirosas, tem noção da época festiva que se avizinha.

Mais... tem uma pilha que dura, e dura, e dura... ganda postal!

terça-feira, novembro 21, 2006

Sejam felizes!

Pode ser lamechas, mas é verdade...

Deita fora todos os números não essenciais à tua sobrevivência.
Isso inclui idade, peso e altura. Deixa o médico preocupar-se com eles. É para isso que ele é pago.
Frequenta, de preferência, amigos alegres. Os de "baixo astral" põem-te em baixo.
Continua aprendendo... Aprende mais sobre informática, artesanato, jardinagem, qualquer coisa. Não deixes o teu cérebro desocupado. Uma mente sem uso é a oficina do diabo. E o nome do diabo é Alzheimer.
Curte coisas simples.
Ri sempre, muito e alto. Ri até perder o fôlego.
Lágrimas acontecem. Aguenta, sofre e segue em frente.
A única pessoa que te acompanha a vida toda és tu mesmo. Mantém-te vivo, enquanto vives! Rodeia-te daquilo de que gostas: família, animais, lembranças, música, plantas, um hobby, o que for.
O teu lar é o teu refúgio.
Aproveita a tua saúde; Se for boa, preserva-a. Se está instável, melhora-a. Se está abaixo desse nível, pede ajuda.
Não faças viagens de remorso. Viaja para o Shopping, para a cidade vizinha, para um país estrangeiro, mas não faças viagens ao passado.
Diz a quem amas, que realmente os amas, em qualquer momento. Amanhã podes não ter essa oportunidade.
E lembra-te sempre que: A vida não é medida pelo número de vezes que respiraste, mas pelos momentos em que perdeste o fôlego - de tanto rir... de surpresa... de êxtase... de felicidade...
"Há pessoas que transformam o Sol numa simples mancha amarela, mas há também as que fazem de uma simples mancha amarela o próprio Sol"
Pablo Picasso

Quero mais... quero tudo!

"Não sou como a abelha saqueadora que vai sugar o mel de uma flor, e depois de outra flor. Sou como o negro escaravelho que se enclausura no seio de uma única rosa e vive nela até que ela feche as pétalas sobre ele; e abafado neste aperto supremo, morre entre os braços da flor que elegeu."
(Roger Martin du Gard )

sábado, novembro 18, 2006

O Girassol...


... é das flores mais bonitas.
É forte e robusto, com raízes profundas.

E gosta de luz, de calor, de energia... como nós.
Como eu. Também sou um girassol!
Procuro incessantemente o sol, o conforto do quentinho e a força que me dá, mas às vezes percebo que o meu sol não passa de um foco de luz artificial direccionado, que me ofusca e engana.

Dou por mim feliz porque, aparentemente, tenho o sol que procuro, até que descubro a farsa... e aquela luz afinal é de mim e não para mim; aquele calor sou eu que dou sem receber; a energia é-me roubada e isso enfraquece-me.
Há que ir ao encontro do meu sol de verdade... deve estar noutra direcção que não esta.
"Viver é ir morrendo a beijar a luz. "
António Patrício

sexta-feira, novembro 17, 2006

Horóscopo do dia...

Enquanto esperava nos semáforos, veio um senhor simpático que distribuía o jornal Destak (ou seria o Metro?!) e entregou-me um exemplar... por simpatia, aceitei e, mais tarde, à hora de almoço, lá passei os olhos pelo dito.
Acabei por me deparar com um horóscopo delicioso, que é tudo menos para levar a sério. Ora bem, eu sou caranguejo, como já foi dito em tempos... e gosto! Venha quem vier, é claramente o melhor signo do zodíaco. Sim, sim...
Ora então, segundo a "bruxa" residente, a Ex.ma Sr.ª D. Andreia Gaita (sim, gaita), eu ando mal de finanças. Até aí, não é novidadade... quem não anda, neste país???!!! E a sugestão...? Qualquer coisa como isto:



Para ganhar uns trocos, vá colocando placas de "vende-se" em tudo o que lhe passa à frente. Soma mais pontos se conseguir vender a sua mesa de trabalho ao seu chefe.


Não pude deixar de lado a possibilidade de negócio (óbvio), e até já pus umas placas na Torre dos Clérigos e no Palácio de Cristal. Os interessados podem cá deixar um pedido de contacto. Garanto que são verdadeiras pechinchas.
Um famoso grupo de terroristas quer comprar o Dragão, por ser um ex libris, não apenas da Invicta... acho que vou impingir-lhe a Luz. Hummm... Aceitam-se sugestões!


P.S. O chefe não quis a mesa... também está em fase de contenção. Se alguém a quiser...

Sem comentários... :)

terça-feira, novembro 14, 2006

As mulheres de 30

Como diz Mário Prata na revista Época...
Será? Será?

"O que mais as espanta é que, de repente, elas percebem que já são balzaquianas. Mas poucas balzacas leram A Mulher de Trinta, de Honoré de Balzac, escrito há mais de 150 anos. Olhe o que ele diz: 'Uma mulher de trinta anos tem atrativos irresistíveis. A mulher jovem tem muitas ilusões, muita inexperiência. Uma nos instrui, a outra quer tudo aprender e acredita ter dito tudo despindo o vestido. (...) Entre elas duas há a distância incomensurável que vai do previsto ao imprevisto, da força à fraqueza. A mulher de trinta anos satisfaz tudo, e a jovem, sob pena de não sê-lo, nada pode satisfazer'.

Madame Bovary, outra francesa trintona, era tão maravilhosa que seu criador chegou a dizer diante dos tribunais: 'Madame Bovary c'est moi'. E a Marilyn Monroe, que fez tudo aquilo entre 30 e 40?

Mas voltemos a nossa mulher de 30, (...) aquela que podemos encontrar na frente das escolas pegando os filhos ou num balcão de bar bebendo um chope sozinha. Sim, a mulher de 30 bebe. A mulher de 30 é morena. Quando resolve fazer a besteira de tingir os cabelos de amarelo-hebe passa, automaticamente, a ter 40. E o que mais encanta nas de 30 é que parece que nunca vão perder aquele jeitinho que trouxeram dos 20. Mas, para isso, como elas se preocupam com a barriguinha!

A mulher de 30 está para se separar. Ou já se separou. São raras as mulheres que passam por esta faixa sem terminar um casamento. Em compensação, ainda antes dos 40 elas arrumam o segundo e definitivo. A grande maioria tem dois filhos. Geralmente um casal. As que ainda não tiveram filhos se tornam um perigo, quando estão ali pelos 35. Periga pegarem o primeiro quarentão que encontrarem pela frente. Elas querem casar.

Elas talvez não saibam, mas são as mais bonitas das mulheres. Acho até que a idade mínima para concurso de miss deveria ser 30 anos. Desfilam como gazelas, embora eu nunca tenha visto uma (gazela). Sorriem e nos olham com uns olhos claros. Já notou que elas têm olhos claros? E as que usam uns cabelos longos e ondulados e ficam a todo momento jogando as melenas para trás? É de matar.

O problema com esta faixa de idade é achar uma que não esteja terminando alguma tese ou TCC. E eu pergunto: existe algo mais excitante do que uma médica de 32 anos, toda de branco, com o estetoscópio balançando no decote de seu jaleco diante daqueles hirtos seios? E mulher de 30 guiando jipe? Covardia.

A mulher de 30 ainda não fez plástica. Não precisa. Está com tudo em cima. Ela, ao contrário das de 20, nunca ficou. Quando resolve, vai pra valer. Faz sexo como se fosse a última vez. A mulher de 30 morde, grita, sua como ninguém. Não finge. Mata o homem, tenha ele 20 ou 50. E o hálito, então? É fresco. E os pelinhos nas costas, lá pra baixo, que mais parecem pele de pêssego, como diria o Machado se referindo a Helena, que, infelizmente, nunca chegou aos 30?

Mas o que mais me encanta nas mulheres de 30 é a independência. Moram sozinhas e suas casas têm ainda um frescor das de 20 e a maturidade das de 40. Adoram flores e um cachorrinho pequeno. Curtem janelas abertas. Elas sabem escolher um travesseiro. E amam quem querem, à hora que querem e onde querem. E o mais importante: do jeito que desejam.

São fortes as mulheres de 30. E não têm pressa pra nada. Sabem aonde vão chegar. E sempre chegam.

Chegam lá atrás, no Balzac: 'A mulher de 30 anos satisfaz tudo'.

Ponto. Pra elas."

sábado, novembro 11, 2006

Adeus...

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos.
Era no tempo em que o teu corpo era um aquário.
Era no tempo em que os meus olhos
eram os tais peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade:
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certezade que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus
(Eugénio de Andrade)

sexta-feira, novembro 10, 2006

Cinema Paraíso


A paixão pelo cinema, os amores perdidos da adolescência e o porquê dos desencontros... Os reencontros e a derradeira separação.

A história de um amor frustrado, que leva a questionar o valor da realização pessoal e artística face ao "amor eterno". Alfredo fez tudo para que Toto deixasse a aldeia para "ser alguém", e este tornou-se um realizador de sucesso, mas frustrado... conhecendo muitas mulheres, mas suspirando pela que não pode ter.

Prémio Especial do Júri em Cannes e o Oscar para o Melhor Filme Estrangeiro.

O melhor filme de todos os tempos!

quarta-feira, novembro 08, 2006

Todos os caminhos vão dar ao Porto…


Vem sentir o pulsar desta cidade… da minha cidade.

A magia do Douro, o pôr-do-sol na Foz… Cidade berço de tanta gente especial, de gentes irresistíveis, irresistivelmente genuínas… costumes e tradições que cativam forasteiros… valores morais vincados.

A cidade das pontes, dos pregões… A cidade da neblina e do granito cinzento. Quem o conhece sente-lhe a vida, o cheiro, a cor… o Porto é tudo menos cinzento!

E desperta paixões… sem justificações: gosta-se porque sim. Somos tripeiros, somos bairristas… e como me orgulho disso!

Olhemos o Porto… de qualquer perspectiva. Deixemo-nos guiar pelas ruas e vielas com tantas memórias, que tanto escondem, e que tanto nos dizem. Esta cidade espanta e desperta a capacidade de sonhar…






“Digam, com franqueza, se é preciso mais para sermos apanhados pela magia desta cidade – agreste mas tão inesperada – que nos embruxa…”
Hélder Pacheco

“O Porto é a cidade mais característica de Portugal, porque pertence ao número daquelas que permanecem voluntariamente as mesmas através do tempo e das suas transformações.”
João Chagas

Peixinho dourado

Dizem que o peixinho dourado tem uma memória de 3 segundos... a ser verdade, cada volta ao aquário é uma novidade e cada reencontro é vivido com a intensidade do primeiro.

Ás vezes gostava de ter a memória de um peixinho dourado de aquário… as lembranças nunca deixariam que os meus dias perdessem a cor. A acontecer, a tristeza nunca viria na sequência de coisa nenhuma e, num instante, se dissiparia. Renasceria a cada 3 segundos...
Para o peixinho dourado não há desgraças, apesar da vida se resumir às voltas e voltas num globo de vidro, não há tonturas nem monotonia e a rotina é uma permanente mudança, uma constante novidade.

Há quem leve a vida como um peixinho dourado... e faz muito bem, sim senhor!

Raios partam a minha memória de elefante… e viva o peixinho dourado!!!

terça-feira, novembro 07, 2006

Quino

Xiii... que saudades!

Descobri lá por casa a primeira edição da Mafalda, em Portugal, pela D. Quixote... vale sempre a pena lembrar esta personagem fantástica que já ultrapassa os 50 anos, que preencheu a nossa infância e nos delicia ainda hoje.
Um grande bem haja, Quino!


domingo, novembro 05, 2006

Lado a Lado

Somos dois caminhos paralelos
Vamos pela vida lado a lado
Doidos que nós somos
Loucos que nós fomos
Nem sei qual é de nós mais desgraçado
Lado a lado meu amor mas tão longe
Como é grande a distância entre nós
O que foi que se passou entre nós dois que nos separou
Porque foi que os meus ideais morreram assim dentro de mim
Ombro a ombro tanta vez mas tão longe
Indiferença entre nós quem diria
Custa a crer que tanto amor tão profundo amor tenha acabado
E nós ambos sem amor lado a lado
Fomos no passado um só destino
Somos um amor desencontrado
Doidos que nós somos
Loucos que nós fomos
Não sei qual é de nós mais desgraçado...
(Donna Maria)

Blind Date

Foi no feriado de halloween. Estava no café do costume à espera de uma amiga… tudo aparentemente normal, quando vejo encaminhar-se para mim um senhor com cerca de trinta e muitos anos, baixo, careca e com óculos, como se me conhecesse e eu estivesse ali à espera dele. Balbuciou qualquer coisa que não entendi, ao qual respondi “- Desculpe, não percebi...”. Perguntou então num tom de voz quase normal, mas a medo “- Chama-se Ana?”…

Ora bem… eu chamo-me Sónia e percebi que não estava a reconhecê-lo porque, na realidade, eu não o conhecia. Ali estava eu a assistir a um blind date… oba!
Atentamente, segui o senhor com os olhos, enquanto ele procurava a Ana. Até que achou… e pareceu-me bem mais satisfeito com a ideia de eu ser a Ana, confesso. Aquilo não parece ter corrido lá muito bem. Ela falava imenso – aliás, toda ela era imensa, se é que me faço entender – e ele, caladinho que nem um rato, lá tentava mostrar-lhe o interesse que, claramente, não tinha. Nem na conversa, nem nela…
A determinada altura saíram, ela ao telemóvel e ele com um ar entediado e apressado, com uns bons metros de avanço em relação à Ana. O nome dele não sei.
Entretanto, chegou a minha amiga…

P.S. Senhor com cerca de trinta e muitos anos, baixo, careca e com óculos e Ana:
eu e a minha amiga chegamos à brilhante conclusão (a muito custo…) que os dois se conheceram num chat qualquer…
Considerando então que são adeptos das novas tecnologias e, como hoje em dia qualquer pindérico tem uma máquina fotográfica digital para poupar nas revelações e guarda tudo no pc, não teria sido boa ideia trocarem umas fotografias antes do cafezito???!!! Digo eu… e a minha amiga, claro. Eu sei que é uma ideia muito à frente e ninguém se lembraria disso, mas cá fica a sugestão… para a próxima. E, olha lá ó Ana, vai ao cabeleireiro, antes. E ao ginásio. E desliga o telemóvel. E deixa o senhor falar, de vez em quando… eu sei que ele não é mudo.

Agora, cá para nós: se calhar eles até trocaram umas fotos… reconheço que a ideia até nem é assim tããão à frente quanto isso e mais uns quantos génios poderiam ter-se lembrado dela… digo eu, mais uma vez!!! Mas, a ser assim, será que ele achou que a Ana o confundiria com aquele homem alto e espadaúdo, bronzeado, de olho azul e cabelo aos cachos que lhe chegou por e-mail?! E ela? Bom, ele dirigiu-se a mim... Mau… querem ver que a Ana lhe mandou uma fotografia minha?!

sábado, novembro 04, 2006

Há vida nos Espaços Perdidos!

Não é que me sobre tempo... longe disso! Mas agora que começa a passar a moda do Hi5, há que aderir aos blogs. Quem não tem, está definitivamente "out". Cria-se um porque estamos alegres e queremos partilhar, outro porque estamos tristes e queremos dividir, outro porque estamos assim-assim e o que temos a dizer não encaixa em nenhum dos anteriores... e outro, e outro, e outro.

Mas gerir uma coisa destas não é pêra doce, de facto.
Aliás, o nome iria ser esse: Pêra Doce, o que (em jeito de contradição que, dizem, me caracteriza) me permitiria dizer: O meu blog É pêra doce!... mas o "meu" blog já tinha sido "comido" por outro, para meu desconsolo. Sem me dar conta, o "meu" já não o era... aliás, nunca foi! E nada como um "docinho" para atenuar esse desconsolo e, nesta linha de raciocício, passa-se para pêra bêbada (influência da sangria) e, consecutivamente, lá andavamos felizes, às tantas da noite, a divagar sobre goluseimas com nomes engraçados como papos d'anjo, barrigas de freira e toucinho do céu. Que pecado!!!

Depois do nome, que era o que mais me preocupava (não viesse eu de publicidade) às 2 horas da madrugada de ontem, deparo-me com outro problema, do qual nem sequer me tinha lembrado (não fosse eu gaja e distraída q.b.) até me questionarem: "- Olha lá, ó Sónia... e vais escrever sobre...? Vai ser do tipo lamechas ou mais do género divertido?". Boa pergunta, meu amigo! Mas agora a noite vai alta e não te arranjo nenhuma resposta. Nem das más... Por isso prefiro o meio-termo, a indefinição conveniente de um nome que dê para tudo e mais alguma coisa. Talvez até seja melhor e o inesperado venha a ser uma agradável surpresa.

E ficou assim... Espaços Perdidos. É importante referir que não, não sou bipolar... sou caranguejo! E qualquer oscilação de humor aqui expressa é passageira, senão confirmem no post seguinte. Eu até sou uma gaja bem disposta... tenho é mau feitio!

P.S. Aquela sangria é mesmo boa! Um bem haja aos coleguinhas do "Era uma vez no Porto..." que, ao invés de nos pedirem gorgeta, ainda nos fazem um desconto por pronto pagamento. Não é à toa que já nos sentimos habitués...