Incomoda-me a passividade e a inércia. Incomoda-me a falta de coragem e a incongruência. Incomoda-me a desistência dos desejos, como me incomodam as vontades abafadas. Incomodam-me os lamentos cultivados e sustentados, obtusos e despropositados. Incomodam-me os caminhos traçados conscientemente em direcção ao vazio. Incomoda-me o abandono da vida com vida. Incomoda-me a pena que buscas. Incomodas-me, raios!
quarta-feira, novembro 28, 2007
terça-feira, novembro 27, 2007
Peter Murphy
O ex-vocalista dos Bauhaus regressa a Portugal agora em Novembro. Peter Murphy tem um concerto (único) marcado para o Pavilhão Municipal de Vila Nova de Gaia, no próximo dia 30 de Novembro.
Quem vai? Quem vai? É eu!!!
Escritores da Liberdade
segunda-feira, novembro 26, 2007
Porque se matam as saudades
domingo, novembro 25, 2007
Acorda-me, Fala-me
sábado, novembro 24, 2007
They´re back!
Ao que parece, os nossos meninos estão de regresso a Portugal, no próximo dia 8 de Março. Os nossos meninos, é como quem diz... o Robert Smith e os novos elementos dos The Cure, porque o resto já deu corda aos sapatos e fez-se à estrada. Têm um novo álbum para nos apresentar, dizem... e nós vamos lá ver, certo? Esperemos que eles não se esqueçam de quem fez deles os homenzinhos que são hoje, e nos brindem com um cheirinho do "The Cure in Orange".
See you!
sexta-feira, novembro 23, 2007
'Versos Nus' na Guia
(...)
Então mergulha mais fundo
Até veres os peixes
Ouve os seus lamentos
Eles também nadam neles
Não há só água no seu oceano...
No teu também não há só sorte ou amor ou lógica
Há contradições
Por isso não nades só...
Também mergulha
Mergulhar é fugir
Sem que a fuga seja cobarde.
- Tiago Nené -
segunda-feira, novembro 19, 2007
terça-feira, novembro 13, 2007
segunda-feira, novembro 12, 2007
Cinzento???!!!
Esta fotografia foi tirada por R.R. na baixa do Porto, e foi "fanada" com muito jeitinho do olhares.com... E agora? Quem se atreve a dizer que o Porto é cinzento?!
quinta-feira, novembro 08, 2007
Norte Nome de Portugal
Não acredito que haja alguém da minha geração que não se lembre da "K" e dos belíssimos textos de MEC. Cá fica um deles, que me agrada particularmente (vá-se lá saber porquê...).
"Primeiro, as verdades. O Norte é mais Português que Portugal. As minhotas são as raparigas mais bonitas do País. O Minho é a nossa província mais estragada e continua a ser a mais bela. As festas da Nossa Senhora da Agonia são as maiores e mais impressionantes que já se viram.
Viana do Castelo é uma cidade clara. Não esconde nada. Não há uma Viana secreta. Não há outra Viana do lado de lá. Em Viana do Castelo está tudo à vista. A luz mostra tudo o que há para ver. É uma cidade verde-branca. Verde-rio e verde-mar, mas branca. Em Agosto até o verde mais escuro, que se vê nas árvores antigas do Monte de Santa Luzia, parece tornar-se branco ao olhar. Até o granito das casas. Mais verdades. No Norte a comida é melhor. O vinho é melhor. O serviço é melhor. Os preços são mais baixos. Não é difícil entrar ao calhas numa taberna, comer muito bem e pagar uma ninharia. Estas são as verdades do Norte de Portugal. Mas há uma verdade maior. É que só o Norte existe. O Sul não existe. As partes mais bonitas de Portugal, o Alentejo, os Açores, a Madeira, Lisboa, et caetera, existem sozinhas. O Sul é solto. Não se junta. Não se diz que se é do Sul como se diz que se é do Norte. No Norte dizem-se e orgulham-se de se dizer nortenhos. Quem é que se identifica como sulista? No Norte, as pessoas falam mais no Norte do que todos os portugueses juntos falam de Portugal inteiro.
Os nortenhos não falam do Norte como se o Norte fosse um segundo país. Não haja enganos. Não falam do Norte para separá-lo de Portugal. Falam do Norte apenas para separá-lo do resto de Portugal. Para um nortenho, há o Norte e há o Resto. É a soma de um e de outro que constitui Portugal. Mas o Norte é onde Portugal começa. Depois do Norte, Portugal limita-se a continuar, a correr por ali abaixo. Deus nos livre, mas se se perdesse o resto do país e só ficasse o Norte, Portugal continuaria a existir. Como país inteiro. Pátria mesmo, por muito pequenina. No Norte. Em contrapartida, sem o Norte, Portugal seria uma mera região da Europa. Mais ou menos peninsular, ou insular. É esta a verdade. Lisboa é bonita e estranha mas é apenas uma cidade. O Alentejo é especial mas ibérico, a Madeira é encantadora mas inglesa e os Açores são um caso à parte.
Em qualquer caso, os lisboetas não falam nem no Centro nem no Sul - falam em Lisboa. Os alentejanos nem sequer falam do Algarve - falam do Alentejo. As ilhas falam em si mesmas e naquela entidade incompreensível a que chamam, qual hipermercado de mil misturadas, Continente.
No Norte, Portugal tira de si a sua ideia e ganha corpo. Está muito estragado, mas é um estragado português, semi-arrependido, como quem não quer a coisa. O Norte cheira a dinheiro e a alecrim. O asseio não é asséptico - cheira a cunhas, a conhecimentos e a arranjinho. Tem esse defeito e essa verdade. Em contrapartida, a conservação fantástica de (algum) Alentejo é impecável, porque os alentejanos são mais frios e conservadores (menos portugueses) nessas coisas.
O Norte é feminino. O Minho é uma menina. Tem a doçura agreste, a timidez insolente da mulher portuguesa. Como um brinco doirado que luz numa orelha pequenina, o Norte dá nas vistas sem se dar por isso.
As raparigas do Norte têm belezas perigosas, olhos verdes-impossíveis, daqueles em que os versos, desde o dia em que nascem, se põem a escrever-se sozinhos. Têm o ar de quem pertence a si própria. Andam de mãos nas ancas. Olham de frente. Pensam em tudo e dizem tudo o que pensam. Confiam, mas não dão confiança. Olho para as raparigas do meu país e acho-as bonitas e honradas, graciosas sem estarem para brincadeiras, bonitas sem serem belas, erguidas pelo nariz, seguras pelo queixo, aprumadas, mas sem vaidade. Acho-as verdadeiras. Acredito nelas. Gosto da vergonha delas, da maneira como coram quando se lhes fala e da maneira como podem puxar de um estalo ou de uma panela, quando se lhes falta ao respeito.
Gosto das pequeninas, com o cabelo puxado atrás das orelhas, e das velhas, de carrapito perfeito, que têm os olhos endurecidos de quem passou a vida a cuidar dos outros. Gosto dos brincos, dos sapatos, das saias. Gosto das burguesas, vestidas à maneira, de braço enlaçado nos homens. Fazem-me todas medo, na maneira calada como conduzem as cerimónias e os maridos, mas gosto delas. São mulheres que possuem; são mulheres que pertencem.
As mulheres do Norte deveriam mandar neste país. Têm o ar de que sabem o que estão a fazer. Em Viana, durante as festas, são as senhoras em toda a parte. Numa procissão, numa barraca de feira, numa taberna, são elas que decidem silenciosamente. Trabalham três vezes mais que os homens e não lhes dão importância especial. Só descomposturas, e mimos, e carinhos. O Norte é a nossa verdade. Ao princípio irritava-me que todos os nortenhos tivessem tanto orgulho no Norte, porque me parecia que o orgulho era aleatório. Gostavam do Norte só porque eram do Norte. Assim também eu. Ansiava por encontrar um nortenho que preferisse Coimbra ou o Algarve, da maneira que eu, lisboeta, prefiro o Norte. Afinal, Portugal é um caso muito sério e compete a cada português escolher, de cabeça fria e coração quente, os seus pedaços e pormenores.
Depois percebi. Os nortenhos, antes de nascer, já escolheram. Já nascem escolhidos. Não escolhem a terra onde nascem, seja Ponte de Lima ou Amarante, e apesar de as defenderem acerrimamente, põem acima dessas terras a terra maior que é o "O Norte". Defendem o "Norte" em Portugal como os Portugueses haviam de defender Portugal no mundo.
Este sacrifício colectivo, em que cada um adia a sua pertença particular - o nome da sua terrinha - para poder pertencer a uma terra maior, é comovente. No Porto, dizem que as pessoas de Viana são melhores do que as do Porto. Em Viana, dizem que as festas de Viana não são tão autênticas como as de Ponte de Lima.
Em Ponte de Lima dizem que a vila de Amarante ainda é mais bonita. O Norte não tem nome próprio. Se o tem não o diz. Quem sabe se é mais Minho ou Trás-os-Montes, se é litoral ou interior, português ou galego? Parece vago. Mas não é. Basta olhar para aquelas caras e para aquelas casas, para as árvores, para os muros, ouvir aquelas vozes, sentir aquelas mãos em cima de nós, com a terra a tremer de tanto tambor e o céu em fogo, para adivinhar.
O nome do Norte é Portugal. Portugal, como nome de terra, como nome de nós todos, é um nome do Norte. Não é só o nome do Porto. É a maneira que têm de dizer "Portugal" e "Portugueses". No Norte dizem-no a toda a hora, com a maior das naturalidades. Sem complexos e sem patrioteirismos. Como se fosse só um nome. Como "Norte". Como se fosse assim que chamassem uns pelos outros. Porque é que não é assim que nos chamamos todos?"
Miguel Esteves Cardoso, revista K, 1990
quarta-feira, novembro 07, 2007
Agora eu era linda outra vez
e tu existias e merecíamos
noite inteira um tão grande
amor
agora tu eras como o tempo
despido dos dias, por fim
vulnerável e nu, e eu
era por ti adentro eternamente
lentamente
como só lentamente
se deve morrer de amor
Valter Hugo Mãe
segunda-feira, novembro 05, 2007
Nonsense...
A melhor parte...
Blogue das Artes
Como???!!!
Pois é...
Confesso que não sei como chegaram aos meus espaços, e muito menos me ocorre o que viram por aqui que fez com que perdessem a lucidez e, num acesso de loucura, me abrissem as portas de tão agradável cantinho.
É certo que a minha casa é acolhedora e está arrumadinha e gosto de receber bem as visitas e ainda agora lhe mudei a decoração e... mas não passa de um simples espaço perdido na blogosfera, despretensioso e discreto, sem demais aspirações.
E também confesso que não entendo porque me soube bem o convite e me sinto lisonjeada, se só vêm dar-me trabalho... sim, porque aqueles meninos do Blogue das Artes parecem muito exigentes. A ver se estou à altura, senão ainda sou despedida (sim, porque já vi o "contrato" e não vai ser pêra doce, não senhor).
Boa sorte a eles... e a mim.
Nunca mais
Contigo, perdi tudo o que fui para não ser mais nada.
Deixei-me ficar nos sonhos que tivemos. Abandonei-me.
Nunca mais entenderemos a lua como quando acreditávamos que aquela luz que atravessava a noite nos aquecia. Nunca mais.
Nunca mais poderemos sonhar. Nunca mais.
(...)
José Luis Peixoto; excerto de "Lunar", in Antídoto
sábado, novembro 03, 2007
Madrugada
Dissipam-se todas as dúvidas... a madrugada desperta os sentidos.
A minha vida recomeça todos os dias, com o lusco-fusco... pela noite dentro. Deixo-vos a madrugada.
Faz hoje um ano...
Tinha de voltar.
Porque lhe senti a falta... porque vos senti a falta.
Obrigada pelos comentários carinhoso e mails simpáticos.
Estou de volta. Talvez não tão assídua, mas de volta... de pedra e cal. Para o bem e para o mal; até que algo mais forte nos separe.