«Por que me escreves? Que inspiração alheia te suja os dedos de versos, se os teu lábios não pronunciaram nunca as palavras que esperei, quando, em tardes de vento, te olhava em silêncio? Por que interrompes a estrofe no meu nome, a flor obscura de uma primavera que não chegou? Deixa-me!, entre as copas geométricas de um ritmo vegetal, respirando na efémera duração de vozes que não ouço; e sob um breve bater de folhas nos arbustos perenes que o fumo da madrugada escurece: sombra separada da própria sombra, e eco já vago de um canto de pássaro morto! E não deixes que a minha queixa se dissipe num rumor de águas estagnadas - charcos da chuva sedentária do outono, lagoas baças de um choro matinal...» Desperdícios de vida num fundo amargo de memória.
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- Nuno Júdice -
3 comentários:
adorei este texto....
com muita falta de cor....escuro...estranho...
beijo vagabundo
Pô! Será que também me consegues adivinhar os pensamentos? É que quanto a sentimentos e ao que penso és craque...
Não te deixo!! Adoro ler o que escreves...e ainda não pintei essa parede...;-)
Um beijo carinhoso
Acordo-te...esperando ver-te!
Falo-te...esperando ouvir-te!
beijobom
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