terça-feira, maio 26, 2009

Os Desgostos de Amor

Não sei quem disse, mas podia bem ter sido eu... ou qualquer outra pessoa, sem barba, claro!
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Acho que todas as mulheres já tiveram os seus desgostos de amor. Daqueles que nos tiram o sono, a fome, a alma, a vida, a vontade. Que nos atiram para um abismo, um túnel sem saída e outras tragédias que de momento (felizmente) não me ocorrem. E os nossos amiguinhos machos? Como funciona um desgosto de amor no masculino? Pode ser igualmente intenso, não demora é tanto. Afinal há jogos todas as semanas e um gajo não pode ficar preso a um desgosto para sempre. Há outras coisas para fazer e para ver. Há outras mulheres a quem dar atenção. Há automóveis novos para conhecer. Enfim, uma infindável panóplia de actividades em que se empenham rapidamente e nem mais se lembram da gaja que lhes partiu o coração na semana anterior. O coração dos homens deve ser de algum material estranho que se reconstrói com a ajuda de imagens desportivas, de gajas despidas ou semi-despidas, carros e afins. Por um jogo, reconstrói-se uma válvula, por uma vitória do clube, reconstói-se uma aurícula, por uma revista de gajas, reconstrói-se um ventrículo e assim sucessivamente. Até que, dependendo da animação, o coração fica novinho em folha num período de tempo que pode oscilar entre um fim-de-semana e uma semana (no máximo). Garantido! Como é que se pode obter um coração desses? A quem é que devemos reclamar? Não me parece nada justo que soframos horrores durante tempos sem fim e que eles se recomponham num instante. As crentes, peçam ao Criador, as não crentes peçam ao Estado. Afinal pagamos impostos para quê? Quero um coração de homem, pronto! Desses tipo Lego...

7 comentários:

Dry-Martini disse...

Discordo totalmente .)

XinXin

Miosótis disse...

OLÁ !!!

Caracola disse...

Eu acho que eles disfarçam melhor que nós.

Um coração de Lego? Andava sempre a partir-se!!!!

Anónimo disse...

Agora que o FC PORTO é campeão tenho dois corações ehheheheh beijocas

Anónimo disse...

Minha cara,

Embora entenda, do fundo do meu coração LEGO (sim, é de plástico, fácil e rápido de montar e desmontar, limpar e até de transformar, mas sente!) as suas palavras, entendo que devo contribuir, com o esclarecimento seguinte, para o seu sossego, por um lado, mas também para a sua cultura geral, por outro.

O coração masculino não é, de facto, feito de nenhum material estranho, antes pelo contrário, é feito exactamente do mesmo material que o coração feminino. E também dói, digo-lhe de fonte segura, e muito. E por muito tempo. A grande diferença, e é aqui e só aqui, que de facto ele é mais especial que o feminino, é que o coração masculino é apenas um coração. O coração masculino não se enche até transbordar de sonhos e expectativas. Não, o coração masculino não vê o que não existe mas que queria muito que existisse, como que se de um processo de recodificação se tratasse. O coração masculino não interpreta simples gestos e palavras, consumindo enormes quantidades de tempo (e calorias!) na incessante busca pela resposta à mais universal das perguntas femininas: O que é que ele quis dizer com isto? Ou o que verdadeiramente significa esta ou aquela atitude? O coração masculino apenas vê no outro (melhor dizendo, outra!) a verdade que de facto lá está. Nua, crua, e simples. Não enreda, não inventa, não planeia, não assume uma panóplia de funções complementares, que não está sequer desenhado para as desempenhar. Não confunde dar com receber em troca, não impõe a sua forma de ver, pensar e agir (porque mais uma vez, não vê, não pensa, e não age).

E portanto, e esta é a parte importante, surpreende-se menos!

Não cai de um oitavo andar, porque ainda vai no 1º, embora com tempo, possa chegar seguramente ao 400º.

O coração masculino sente cada relação como uma caminhada, que se consolida e fortalece com o tempo, a companhia e a vida a dois. Não parte com pressupostos nem definições…

O coração masculino apenas ama. Ou não! Simplesmente, sem burocracias nem obrigações complementares ou acessórias. Sem exigências, nem mesmo ao Estado ou ao Criador…
E assim sobra mais espaço para albergar mais sentimentos, mais relações que estão sempre em lenta incubação…
E quando uma delas, seja qual for, se rompe e morre, as outras ainda lá estão, e motivam-nos a continuar…

Mas, quando o coração masculino quebra, quebra mesmo, e toda a teia de relações e afectos que o populam rompe-se também! E tudo se desarranja, complexamente. E é preciso uma grande dose de energia para o reanimar!

E essa energia, para se reconstruir, ele vai extraí-la ao simples conforto de saber que ela partiu para melhor. E, como a palavra o diz, está melhor, agora!!!

Resta-me desejar que este meu esclarecimento a possa ajudar a entender a simplicidade e transparência do coração masculino…

[Ariana Aragão] disse...

Já o disse várias vezes [mesmo aqui pela blogosfera] que a única característica masculina que desejaria ter era a capacidade dos homens de seguir em frente sem olharem para trás, de seguirem como se não houvesse amanhã. A suprema capacidade de arrancarem a página sem nostalgias, sem reticências, sem cerimónias.

Tsetse disse...

Boa noite.

Este post foi escrito originalmente pela TNT no Interno Feminino, blog onde também escrevo. O post original está aqui: http://internofeminino.blogs.sapo.pt/15328.html

Por favor, colocar no final do seu post um link para o original, com os devidos créditos.

Obrigada