terça-feira, março 04, 2008

Estrela da tarde

Era a tarde mais longa de todas as tardes que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas, tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca tardando-lhe o beijo morria.
Quando à boca da noite surgiste na tarde qual rosa tardia
Quando nós nos olhámos, tardámos no beijo que a boca pedia
e na tarde ficámos, unidos, ardendo na luz que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto tardaste o sol amanhecia
Era tarde de mais para haver outra noite, para haver outro dia.

- Ary dos Santos -

6 comentários:

Anónimo disse...

...o sol irá despontar no horizonte, nas palavras cripticas.

*

OLHAR VAGABUNDO disse...

:)adorei que tivesses posto um dos maiores génios das nossas palavras aqui...

adoro esta letra...este poema...esta canção...

beijo vagabundo

Margarida disse...

Um dos mais lindos e mais triste de sempre... um dos poetas que mais gosto.
Beijinhos

Oliver Pickwick disse...

Muy nobre, sempre leal e invicta SF! Escolheste uma poesia de versos escritos com uma habilidade rara, além de inqüestionável beleza. Continuo apreciando as suas escolhas.
Beijos, e dias felizes!

MIMO-TE disse...

Olá querida,

Que bom ler este poema de Ary dos Santos agora. É impressionante como algo que conhecemos de cor, ao le-lo aqui o sinto de uma forma tão especial, tão profunda! Que bom!!!

Olha amiga :) tenho andado sem tempo, ou melhor com o tempo todo ocupado com algo que me está a preencher muito. :) Por isso nem tenho feito comentários, podia escrever qualquer coisa, mas isso não faço. Prefiro visitar menos, mas faze-lo porque gosto, me dá prazer e deixar realmente o que sinto. Espero conseguir manter-me por cá, sei que irá ser difícil, mas o meu espaço, os amigos que fiz e o que sempre aprendo com todos os que gosto de ler, é realmente importante para mim. Vou tentar, assim como vir aqui ler-te, visitar-te e sentir-te. Vou mesmo tentar...

Um beijo com ternura, mimos e tudo o que consigo passar para ti.

De mim

Sofia K. disse...

Isto lembra-me a minha infância e certos dias em que eu recitava isto com uma voz grave, como o poema o pedia!
Obrigada pela recordação!
beijos