sábado, janeiro 31, 2009
sexta-feira, janeiro 30, 2009
Se partires, não me abraces – a falésia que se encosta uma vez ao ombro do mar quer ser barco para sempre e sonha com viagens na pele salgada das ondas. Quando me abraças, pulsa nas minhas veias a convulsão das marés e uma canção desprende-se da espiral dos búzios; mas o meu sorriso tem o tamanho do medo de te perder, porque o ar que respiras junto de mim é como um vento a corrigir a rota do navio. Se partires, não me abraces – o teu perfume preso à minha roupa é um lento veneno nos dias sem ninguém – longe de ti, o corpo não faz senão enumerar as próprias feridas (como a falésia conta as embarcações perdidas nos gritos do mar); e o rosto espia os espelhos à espera de que a dor desapareça. Se me abraçares, não partas.
- Maria do Rosário Pedreira -
quinta-feira, janeiro 29, 2009
'nós como laços'
terça-feira, janeiro 27, 2009
segunda-feira, janeiro 26, 2009
Não sei se era maior o desejo ou o espanto
Mas sei que por instantes deixei de pensar
Uma chama invisível incendiou-me o peito
Qualquer coisa impossível fez-me acreditar
.
o receio de me perder em ti e de ti o desejo emergente, numa dualidade exasperada. uns olhos que me traem porque falam demais - mesmo que digas que nem sempre saibas lê-los - contra uns olhos que me puxam e prendem, sem sequer me tocarem. porque não é preciso. é por querer que fico. por te querer.
sábado, janeiro 17, 2009
muito, meu amor...
"… Por vezes gosta-se de um homem só porque faz falta para ir ao cinema. Por vezes gosta-se de um homem só porque o corpo tem intermitentes exigências. Por vezes gosta-se de um homem só porque não se gosta de outro. Por vezes gosta-se de um homem só porque nos faz rir. Por vezes gosta-se de um homem só. Às vezes ela escrevia frases que depois lhe lia. Ela ria. Ele ficava muito sério a ouvir, a tentar descobrir em que caso cabia…"
sexta-feira, janeiro 16, 2009
quarta-feira, janeiro 14, 2009
Hoje foi dia de ir ao médico... do trabalho. Como é que uma coisa tão simples e rápida consegue ser tão tortuosa? Começam logo por nos espetar um dedo. Uma agulha que não se vê, numa picada que não se espera... mas se sente, por mais que digam o contrário. Odeio! Há surpresas muito desagradáveis, e preferia mil vezes que me espetassem uma agulha a sério, das verdadeiras, que eu visse bem e soubesse em que veia ía furar-me. Assim, nunca sei quando vai ser e não faço idéia do tamanho da coisa, que pode até vazar-me o dedo até ao outro lado. Sei lá! Imagino-me como um balão a esvaziar-se, a uma velocidade estonteante, em direcção ao tecto. Depois, o raio do electrocardiograma, onde nos enchem o corpo de ventosas e molas besuntadas de um gel frio, que é mesmo o que mais apetece, num dia solarengo como o de hoje!!! Brrrrr... Resultado: colesterol ok, açucar ok, tudo ok. Siga para o médico... espanhol e barbudo. (mau!) Fumas? Bebes? Fazes exercício? No puedo crer! (parvo!) Yada, yada, yada?... Acertei em todas, mas não podia ser pior. A julgar pelas respostas que lhe dei, devia estar em fase terminal, não? E, afinal, veja como estou óptima! Até emagreci 2 quilos... terça-feira, janeiro 13, 2009
Arrepiante!!!

O futuro ou já o presente?
"Eu axo q os alunos n devem d xumbar qd n vam á escola. Pq o aluno tb tem direitos e se n vai á escola latrá os seus motivos pq isto tb é perciso ver q á razões qd um aluno não vai á escola. primeiros a peçoa n se sente motivada pq axa q a escola e a iducação estam uma beca sobre alurizadas.
Valáver, o q é q intereça a um bacano se o quelima de trásosmontes é munto montanhoso? ou se a ecuação é exdruxula ou alcalina? ou cuantas estrofes tem um cuadrado? ou se um angulo é paleolitico ou espongiforme? Hã?
E ópois os setores ainda xutam preguntas parvas tipo cuantos cantos tem 'os lesiades', q é um livro xato e q n foi escrevido c/ palavras normais mas q no aspequeto é como outro qq e só pode ter 4 cantos comós outros, daaaah.
Ás veses o pipol ainda tenta tar cos abanos em on, mas os bitaites dos profes até dam gomitos e a malta re-sentesse, outro dia um arrotou q os jovens n tem abitos de leitura e q a malta n sabemos ler nem escrever e a sorte do gimbras foi q ele h-xoce bué da rapido e só o 'garra de lin-chao' é q conceguiu assertar lhe com um sapato. Atão agora aviamos de ler tudo qt é livro desde o Camóes até á idade média e por aí fora, qués ver???
O pipol tem é q aprender cenas q intressam como na minha escola q á um curço de otelaria e a malta aprendemos a faser lã pereias e ovos mois e merdas de xicolate q são assim tipo as pecialidades da rejião e ópois pudemos ganhar um gravetame do camandro.
Ah poizé. tarei a inzajerar?"
A exagerar? Tu??? Não, amigo, 'tás certíssimo!!!
Li isto tantas vezes que, se precisarem de tradução... disponham.
(O 'pipol' 'tá cá p'ajudar, ok?)
quinta-feira, janeiro 08, 2009
quarta-feira, janeiro 07, 2009

segunda-feira, janeiro 05, 2009
Diz ele... e digo eu
Todos nós sabemos o que é ter medo. Todos nós temos ambições e sofremos desilusões. Todos vivemos de preocupações que se vão sucedendo. Todos sabemos que a vida não se repete e que para todos, todos os que estamos ali naquele preciso momento, por exemplo, mais tarde ou mais cedo - aquilo que nós chamamos Vida, sem saber bem o que dizemos - vai acabar.
Os homens são uns parvos. Não se conseguem entregar por completo ao amor. Têm sempre o trabalho ou outra desculpa do género. Preocupam-se com o que não estão a fazer. Para eles o amor pode ser um inimigo. Um inimigo há muito derrotado, mas do qual ainda têm medo.
As mulheres são diferentes. Para elas o amor nunca é demais, não atrapalha. É que não conseguem viver com uma alma só para elas. Por isso, entre um homem e uma mulher, há muitas vezes só uma coisa parecida com o amor. Entre duas mulheres, pode acontecer o amor inteiro. Basta ver duas mulheres olharem-se nos olhos. (...)
Entre um homem e uma mulher poucos são os sentimentos recíprocos.
O sexo é um antídoto para esquecer isso, que às vezes resulta. Eu digo-lhe com o ar mais sensato que tenho: "A vida são muitas coisas. O amor é só uma entre muitas". E ela responde de seguida: "A vida pode mudar muito mais do que se espera. O amor é o que está acima de tudo. Tudo altera. Nos teus braços morreria".
... e eu fico envergonhado.
- Pedro Paixão -





