Pediste que falasse dos meus 'desvios'... lembras-te?
Prefiro chamar-lhes 'mudanças' nas rotas inicialmente traçadas, nos planos que tenho para mim. A palavra 'desvio' lembra-me atalhos, arriscados e não recomendáveis, que usamos para escapar ao trânsito, para evitarmos que o vizinho chato nos veja, para ganhar tempo, para fugir a isto e àquilo, e yada, yada, yada... Soa a qualquer coisa do tipo tanto faz, já lá vou, agora não me apetece, sei lá bem... 'Ok, troco o meu roadster pelo seu jipe. Pode ser que amanhã me apeteça fazer TT. Por uns patins em linha? Ok, também pode ser'... É querer tudo, sôfregamente, mas depois qualquer coisa serve, até aparecer melhor. É por aí, o 'desvio'... tresanda a descartável, a desenrasque, essa palavrinha manhosa. Não gosto, porque não. E como não gosto, esqueçamos então o termo 'desvio'. Podemos chamar-lhe 'opções'? Sim, é isso. Eu gostava de chegar ali ou acolá, mas tenho mil e um caminhos, e todos eles são estradas principais. E, se caminhares, não há sentidos proibidos, já viste? E podes aproveitar o passeio... Voltar atrás é impensável, mas não impossível. Sem grandes definições, podes mudar de rota a qualquer momento. Porque o destino não existe; só tendências. E, se não chegares ali, hás-de chegar a outro lado qualquer... mas será sempre uma escolha tua, só tua, sempre tua.
Às vezes só chove de um lado da estrada, certo?