terça-feira, março 24, 2009


Nada entre nós tem o nome da pressa. Conhecemo-nos assim, devagar, o cuidado traçou os seus próprios labirintos. Sobre a pele é sempre a primeira vez que os gestos acontecem. Porém, se se abrir uma porta para o verão, vemos as mesmas coisas - o que fica para além da planície e da falésia; a ilha, um rebanho, um barco à espera de partir, uma palavra que nunca escreveremos. Entre nós o tempo desenha-se assim, devagar. Daríamos sempre pelo mais pequeno engano.
- Maria do Rosário Pedreira -

domingo, março 22, 2009

Cuidado! Muito cuidado!

Ian Lawless*


Já o meu professor de Sociologia dizia que 'na Primavera, os rapazes ficam com cara de parvos'.
Já a T. disse, numa composição da escola, que 'na Primavera, as hormonas ficam saltitantes'.
Está provado que, com o sol, há mais predisposição para o amor.
Compreendo isso tudo, e talvez até concorde... mas será que têm todos que engravidar nesta altura. Mas, afinal, será a Primavera tão poderosa? Cá para mim - e ainda hoje disse isto - essa coisa que engravida anda no ar, e temos que ter muito cuidado. Cá para mim, pega-se através das radiações do telemóvel. E eu já decidi. Pelo sim, pelo não, a partir de agora só atendo chamadas de gajos com muito bons genes*. Tenho dito!

quinta-feira, março 19, 2009

'A father is always making his baby into a little woman. And when she is a woman, he turns her back again.' [Enid Bagnold ]

That is so true...


Lembras-te quando eu abria os braços o mais que conseguia e dizia 'Eu gosto de ti assiiim!'? Hoje, os meus braços são maiores... deve querer dizer que te amo ainda mais. Um dia mágico para ti.

domingo, março 15, 2009

Nem tudo são tristezas...


Pois é! Enquanto uma, me diz ao telefone: 'Ainda bem que foi uma garrafa de vinho. Imagina que era uma garrafa de azeite... Tens mais vinho? Bebe outra, e moraliza-te para a limpeza.', a outra manda um mail todo pi-pi com uma notícia linda: 'Estamos à espera da cegonha, que traz uma Laura!'

Posto isto, venha a garrafa de tinto e fica um beijo imenso de felicidades ao P. e à V., que têm das histórias de amor mais bonitas, e que eu tive o privilégio de acompanhar desde o início, enquanto era ainda top secret!

Eu, fada-do-lar


Detesto! Detesto que venham cá a casa sem me avisar e, pior, que me avisem, mas que eu não tenha a mais pequena vontade de 'receber' certas pessoas. Agrava ainda mais quando essa pessoa é o senhorio (sim, que eu agora sou pobre e arrendatária), que vem buscar um fogão que se está a desmontar de podre e, como se não bastasse, ainda parte uma das minhas garrafas de vinho no meio da cozinha. Raios!!! Vá-se lá embora, senhor, e depressa, que eu trato da faxina. E obrigadinha, por me arranjar o que fazer na tarde solarenga deste domingo lindo! O que eu mais gosto é, de facto, das lides domésticas... e não me ocorria nada melhor. GRRR!

back to the past

Quem é que se lembra deste blog
ter este [bom] aspecto?! :)

sábado, março 14, 2009



"… É preciso que saibas que, entre a liberdade e a segurança, a grande maioria não escolhe a liberdade. A liberdade precisa da coragem de lutar com o medo, sem a certeza de o vencer. E o medo existe sempre, ontem, hoje e amanhã, e a coragem é tão rara como o espírito que ama a liberdade…"

- Pedro Paixão -


Mãe, eu quero ir-me embora – a vida não é nada daquilo que disseste quando os meus seios começaram a crescer. O amor foi tão parco, a solidão tão grande, murcharam tão depressa as rosas que me deram – se é que me deram flores, já não tenho a certeza, mas tu deves lembrar-te porque disseste que isso ia acontecer. Mãe, eu quero ir-me embora – os meus sonhos estão cheios de pedras e de terra; e, quando fecho os olhos, só vejo uns olhos parados no meu rosto e nada mais que a escuridão por cima. Ainda por cima, matei todos os sonhos que tiveste para mim – tenho a casa vazia, deitei-me com mais homens do que aqueles que amei e o que amei de verdade nunca acordou comigo. Mãe, eu quero ir-me embora – nenhum sorriso abre caminho no meu rosto e os beijos azedam na minha boca. Tu sabes que não gosto de deixar-te sozinha, mas desta vez não chames pelo meu nome, não me peças que fique –as lágrimas impedem-me de caminhar e eu tenho de ir-me embora, tu sabes, a tinta com que escrevo é o sangue de uma ferida que se foi encostando ao meu peito como uma cama se afeiçoa a um corpo que vai vendo crescer. Mãe, eu vou-me embora – esperei a vida inteira por quem nunca me amou e perdi tudo, até o medo de morrer. A esta hora as ruas estão desertas e as janelas convidam à viagem. Para ficar, bastava-me uma voz que me chamasse, mas essa voz, tu sabes, não é a tua – a última canção sobre o meu corpo já foi há muito tempo e desde então os dias foram sempre tão compridos, e o amor tão parco, e a solidão tão grande, e as rosas que disseste um dia que chegariam virão já amanhã, mas desta vez, tu sabes, não as verei murchar.


- Maria do Rosário Pedreira -

sexta-feira, março 13, 2009


Not even when I run on pride I'll change and rearrange my kind

Um dia...

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falta apenas...
'um dia mando tudo às urtigas,
com o belo do sorriso posto'

Supersticiosa



Sou do norte... e gosto. Estou no sul (ou centro-sul, sei lá bem onde estou) e até nem desgosto.
Entro num balcão do Millennium (passe a publicidade), nos subúrbios da capital, e dirijo-me a uma das caixas, de telemóvel em punho - porque os NIBs não se decoram - enquanto vou dizendo, à medida que levanto os olhos:
Eu - Boa tarde. Quero fazer um depósito...
Pára! Pára tudo e fico especada a olhar para o rapaz que estava na caixa... e ele especado a olhar para mim. E não, ele não era o Ian Lawless e não, não era uma cena de engate. Fez-se silêncio.
Eu - Eu conheço-te...
Ele - ... E eu lembro-me bem de onde.
Fitámo-nos mais uns segundos. Eu a pensar... ele à espera que eu pensasse.
Eu - Meu Deus! Há quanto tempo... que fazes aqui?!
(pergunta parva que, obviamente, mereceu uma pergunta óbvia, como resposta)
Ele - Isso pergunto eu... o que é que TU fazes aqui?!!!
Pois... ele é de Lisboa, eu é que não. Toma lá, para aprenderes.

Foi bom recordar os dias inteiros passados no Minho, onde fazíamos quilómetros e quilómetros, pelo simples prazer de aproveitar o tempo juntos e transformar o tédio de uma aldeia numa descoberta de recantos escondidos. Gostei de te ver. Ri-me, a pensar nalguns momentos, com saudades. Almoçamos, sim! Promise.

quinta-feira, março 12, 2009

'bora ver estes!

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Tenho os melhores amigos do mundo!
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Obrigada, meu anjo! Hamut asssssiiiiiiiim... num xi-imenso!

quarta-feira, março 11, 2009

You picked me

Há, de facto, músicas deliciosas. E tu, às vezes [:P], tens um bom gosto incrível. Fresquinha, fresquinha! Descoberta agora mesmo... ou melhor, apresentada hoje. Amei! Obrigada. Vou guardá-la muito bem. És um doce!



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Like an apple on a tree
Hiding out behind the leaves
I was difficult to reach
But you picked me
Like a shell upon a beach
Just another pretty piece
I was difficult to see
But you picked me

- A Fine Frenzy -

terça-feira, março 10, 2009

segunda-feira, março 09, 2009

sim ou não?!


Manda a Papillon que eu debite por aqui meia-dúzia de 'disparates' sobre mim... dos quais metade, serão mentira. Quais?!

1. Adoro desporto e sou adepta de desportos radicais;
2. Preciso de escuridão e silêncio totais, para adormecer;
3. Delicio-me com umas belas favas com chouriço;
4. Gosto de banhos quentes e demorados;
5. Acordo com muito mau feitio;
6. Adoro conduzir, principalmente à noite.

Sirvam-se de mentiras e verdades, a vosso belprazer. Adivinhem ou tacteiem, simplesmente.
E deixem pistas, para que vos siga. Será um prazer!

Destacam-se os cenários encantadores da capital catalã, arrebatadores, que nos aprisionam o olhar e nos deliciam. Um argumento simples, leve e bem escrito, mas que, com franqueza, não correspondeu às minhas expectativas, se pensar que se trata de Woody Allen.

Gostei. Gostei muito! Mas confesso que esperava mais. Desta vez, diria apenas 'bom', ao invés do esperado e usual 'excelente'. Contudo, recomendo sem hesitar... mas esqueçam - momentaneamente - que é uma obra de um génio, de um cineasta de primeira, como WA.

Talvez tenhamos sido mal habituados...

sábado, março 07, 2009

'freeze frame'


Gosto de mimos. Gosto de pessoas e momentos. Gosto de lugares com cheiros a pessoas e momentos. Não importa se é um hamburger manhoso. Se a companhia é boa... sabe a scones quentinhos e morangos doces e sumarentos. Afoga-se o vento frio, numa vista soberba. Faz-se quente. Agasalham-se os sorrisos numa polaroid improvisada.
There's no need to grow... we've grown enough already, Peter. By now, I believe we've achieved the right size, that allows us to keep doing whatever we want, without loosing our child charm. One day, we'll run away to Neverland. Promise!
Sealed with a kiss.
Wendy
(aka SF or CS, just 4U)
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A felicidade são apenas momentos. E há, de facto, momentos felizes, traduzidos nas coisas mais simples da vida. Aquelas que não custam dinheiro, que não se materializam. Vêm de pessoas queridas e resumem-se a palavras e gestos. Vêm fora de horas, mas nunca atrapalham. Pelo contrário, aquecem o coração para o resto da noite e trazem o sol bem cedo, pela manhã. Radiante. E agora foi assim...
Gosto-te, Peter Pan! Retribuo a vénia e partilho contigo o sol, numa cara sorridente.

quinta-feira, março 05, 2009


So hold nice and close I I want to get to your soul I So that when it is cold I You won't feel so alone I 'Cause the roads that you take I May just crack and break I With the changes you will confront [Xavier Rudd]

quarta-feira, março 04, 2009

Ai! Como gostava de ser uma moça disciplinada... como eu gostava de ser uma rapariga metódica e organizada. Como gostava de usar - efectivamente, usar - a agenda, cumprir tarefas, prazos e horários. Como gostava de ser 'certinha' e ter tudo 'certinho'.
Ai! Tanto que eu queria ter um closet!!!
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I wanna hurry home to you
put on a slow, dumb show for you
and crack you up
so you can put a blue ribbon on my brain
god I’m very, very frightening
I’ll overdo it
[Slow Show - The National]

domingo, março 01, 2009

Gato Barbieri | Mystica

É verdade!



Aconteceu, de facto, e foi-me narrado pela própria. Tudo se passou no lançamento do perfume da 'Jaguar', há já uns anos. Ao que parece, o evento contava com a presença do real bicho, ainda cria - qual gato encorpado - mas já de dentes afiados. Ora, as perninhas da catraia ali mesmo à mão de semear, pareceram-lhe uma tentação e o bichano foi lá 'provar'. A coisa resultou num episódio sangrento (ok... talvez esteja a exagerar e o termo utilizado tenha uma conotação demasiado pesada, mas houve sangue q.b., sim!), que obrigou a coitada a deslocar-se à farmácia e, posteriormente, aos bombeiros, para fazer um belo bordado na perna. Quando questionei a forma como contou o sucedido, na farmácia, foi o auge do relato...

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- Fui mordida por um jaguar.
- Mordida?! Você quer dizer... atropelada?!

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Achariam eles que foi o carro que deu nome ao bicho???

Ok! A ser atropelada, que seja por um Jaguar, mas... achariam eles que alguém menciona a marca ou modelo do carro, se fosse realmente atropelado??? Haverá alguém que diga 'Fui atropelado por um Punto GT'??? (já agora... amarelo, não?)

É isso?!

Não nos vemos há um mês, garantidamente.
Pergunta da praxe:
- Como estás? Conta-me coisas. Quero saber tudo!
Começo a desbobinar, como uma fita velha de 90 minutos, sobre a vida, a mudança de cidade, os amores, o emprego novo que já me dá comichões, enfim...
Até que pergunto por ti, o que tens feito, se estás bem, que novidades tens para mim. Quero saber de ti, e a resposta não se fez esperar:
- Tive um aumento!
Ainda fiquei uns segundos à espera de mais. Ok, um aumento é bom, é muito bom. Parabéns! E mais?
Não disseste mais nada...
Aí, não sei se tive pena de ti ou se me apeteceu mandar-te à merda. No fim da tua vida, que vais ter tu para contar? Euros???!!!